Nota previa
Fomos reencontrar gente de Os Pedaleiras, do Santo António e da Sulregas,
tudo a andar nos CICLOTUR, os pioneiros no cicloturismo em Évora.
Convém explicar em breve resenha o que foram e quem são
História - Do nascimento ao entorpecimento
O luciano canete convidou o alberto lobo para dar umas voltas de bicicleta. Mal sabia ele que havia quem tivesse jeito para a coisa e o bicho canete lá voltou para o que gostava, dar pau no futebol. A "coisa" tornou-se moda e alargou a outros personagens que aos poucos sentiram a necessidade de dar nome ao grupo. E um dia com publicação no diário da republica portuguesa, nascia o Ciclotur com fundadores como o zé lourenço tipografo, o zé dener mecânico, o alberto lobo médico, o santos do banco, o jerónimo dos candeeiros ou o ferreira da cêpê. Chegou-se a fazer um passeio com os cicloturistas assistidos por helicóptero. Coisas grandes do zé dener que está ligado à federação de cicloturismo.
Com menos ambição mas unindo mais pessoal estava o lourenço mais virado para passeios só para o grupo. Mandaram-se fazer as primeiras camisolas. Mais tarde a cisão deu-se e o nome foi abandonado e quase esquecido á medida que entravam novos elementos e alguns pioneiros se retiravam. Mas os passeios anuais obrigatórios não: desde o peixe do rio na jerumenha, às migas de cabeção, passando pelas praias do carvalhal e de montegordo. Mas o maior de todos foi há 20 anos que passou pela arrábida até sesimbra, para o almoço dos 60 anos da retirada do zica (o godinho – podemos vê-lo todos os domingos a caminho da rotunda de aguiar).
Ninguém queria falar do nome do grupo, mas há 10 anos, após muita pressão, por haver tantos elementos e camisolas népia, o zé lourenço o líder lá arranjou as ditas e mandou-lhe pespegar nas costas Ciclotur. Não sem alguns equívocos, a saber:
* Duas cores de camisolas – encarnado e amarelo – para o mesmo grupo
* Alguns elementos do grupo não quiseram largar os 8 contos – não se sabe se pelo preço, pela cor, ou porque umas vezes os consideravam do grupo e outras não.
Resultado, ao zé entramelou-se-lhe ... a vista e a partir daqui, sempre que parava no meio da garagem a olhar para as paredes, passou só a ver pássaros. Tendo ainda ficado com as camisolas a arder na carteira, teve que as despachar ao desbarato – mesmo àqueles acabadinhos de chegar, com apenas uma ou duas saídas com o grupo –, as amarelas sobretudo.
Foi o princípio do fim, as camisolas desuniram e desmotivaram, principalmente o líder, que começou também a interessar-se mais por uma nova modalidade que estava a surgir, o btt, e dando uma ajuda ao filho a integrar-se no grupo da siemens. Antes conseguira durante uns tempos convencer o grupo a alternar cada domingo, entre estrada e campo.
Passou a ir cada vez menos ao grupo mas ainda assim era o alvo a vigiar e a abater, por parte de quem começava, numa altura em que as costas o começaram a trair. Isto durou dois anos, ficando lá o jacinto a botar percursos, mas nunca aceites pelos vigilantes com mais antiguidade. Ao fim de dois anos este fartou-se – devido a uma queda coletiva, pela pouca aderência do grupo em ir a passeios ao estrangeiro (só 6), pelas criticas á escolha dos percursos e dos andamentos, mas sobretudo porque os passeios em nome do grupo continuarem a ser feitos por convite – e quando apanhou lá o lourenço entregou-lhe, o que sempre fora dele, o grupo de volta. Este como raramente lá ia, não percebeu.
Coincidiu com um festival de ciclismo na rampa da cruz da picada, onde o zé canelas sofreu uma lesão que o afastaria durante largos meses do grupo. Quando voltou, a esse lugar que seria o dele, tinha emergido o inácio, mais uma vez com a oposição ligeira e clandestina dos mais antigos - por terem que compartir o silencio dos galões entre eles, sejam o jorge paixão, o alberto lobo, o ferreira–, porque o grupo, o Ciclotur, é deles.
Depois do abandono do grupo e após uma paragem sabática de um ano, o anterior dizedor de percursos recomeçou a dar uma voltas, primeiro com a carminda depois juntou-se-lhes o pinto, mais tarde o quaresma e o ribeiro, depois o palha e o murteira, o aleixo e o carmo e o carrapato, que acabaria por levar consigo o ferro e o sobral – curiosamente seriam estes dois os últimos a sair e os primeiros a retornarem. Foi neste lindo estado, que um espanhol, à 18 anos a residir em évora, os foi encontrar e que passados uns meses a andar no grupo sugeriu umas sobras dos 1º big brother para equipamentos, mas convinha pôr lá um nome. Unidos na decadência ou unidos da garagem foi o rascunho dos mais consensuais. Sem “dizedor” fixo nos primórdios, e esperando em vão pelo piqueno, o zé canelas, que seria o mais natural líder deste ou do outro grupo, - porque daqueles que andavam bem, era ele o mais antigo e com mais experiencia de grupo -, se chegou aos unidos da cadencia.
Persiste assim no tempo, um Ciclotur envergonhado – vide confusão das camisolas –, mas com muitos elementos que embora individuais, porque não pertençam a qualquer dos grupos mencionados na abertura, sempre foram o seu grande suporte de manutenção cada domingo.