Pela sobriedade, da linguagem, nas noitadas, no SOS ao luís carlos
Tásaver a minha cota com o robe nos ombros? Yá, essa cena! Ela mêmo a moer-me uzóvidos: - Vê lá se mancas bem o velho, a janta da firma alongou-se e quando cá chegou já vinha todo mamado. Tásaver?
Mal sabia a cota que o velho foi dançar uns boleros ali prós lados de Santa Barbara, com umas damas guapas novinhas a estrear. Cá o je nunca vai porque no outro dia temos baiques, os dois, numa de cena de familia. Tásaver?
E ela diz mais: que o meu velho mal entrou em casa, foi ao móvel da cota, sacou uma shirt assim mêmo que a meca tinha lá lavada, meteu os glasses na tromba, enfiou o gorro à dread e por cima o k 7... e caiu redondo ao lado da sua dama. O gajo já tava bué de preparado mêmo para sair a pedalar. Lá prás oito quando abriu a pestana, começou logo a chingar-me azurelhas:
- Ouve, é que nem te passes. Népia dessa cena de ires pegado nos pneus dos chavalos. É lá no top a dar a frontaria ao vento que tens que estar, e nos prontes para quando saltar qualquer meco marado dos cornos na maluqueira, tem-te logo ali á cola como se fosses a bofia.
Ao meu lado, na road, o Kota ainda vai soltando frases : - Pá, mica uma cena, tens que abrir bem esses baita dolhos, man? - Prakê? - Pá, pa micares melhor a cena, tásaver? - Yá, yá... E os abanos, bué atentos, também queres? - Pá, na boa, pa poderes controlar melhor a cena à volta, tásaver? - Yá, bacano... mas acomoda-me essa cremalheira toda mamada e esse riso bué big!
E o kota a dar-lhe: - A ver se atakas e deixas os chavalos todos nas lonas, que é para eles saberem de quem és filho. E se o vibora der numa de aparecer aí hoje a dar-te dicas, mandazu ensinar o filho dele.
Tava-me o men nesta cena quando, curtimos bué de mancar o Rolling Stone do Canudo a mandar-se à barrita, naquela mêmo da engolir, né? Pimba, o gajo papa-a toda... Mas mesmo, abre a bocarra e o camano e até chuchou os dedos... pois a larica era muita e a barrita era à maneira, tásaver?
Como naquele dia o Stop para o cimbalino era bué da longe, caguei na cena do kota e népia de puxar, na boa e tal curtindo o som do “tijolo”, até que a goela da minha pita se sobrepôs à da Lady Gaga:
- Yô, tá tudo aí no gueto? - Sbem! E tu tasse? – Yá! - E atão, que se faz logo? Shotes? - Epá, má onda, tásaver? A minha cota não curte dessas cenas e põe-me de pildra se me cata... - Dasse, a cota não tá lá, dama! - Seca, man! Agora vou ter de levar umas cenas à cota da minha velha que mora ao fundo do spot, que tá a bater mal, kuma moka do camano, e só pia atchins. Senão logo á noite népia de curtir. Ontem moeu-me a mona. Tive que lhe dizer que hoje jogava o Benfica, e que tu só mandas uma cena de love platónico! E sabes o que a cota me disse? Filha, na sê puto dessa cena, mas se fosse a ti dava uma esfrega nas fuças com o fio dental e lavava bem as nalgas!
Mal a pita fecha a matraca, oiçam, salta um baita dum dog marado, todo chinado e bué ugly mêmo, a ladrar-me ás gâmbias na maior. Mal sabia o dog que eu dou à brava numa de Kara até, e saco um back-kick rotativo, mêmo direto aos tomates do garino que vai pela estrada fora aos béu béus e tal! Vinha lá do outro lado um meco num mata velhos e afinfa-lhe mêmo nos cornos. O dog kinou logo ali. O mano parou o ferrari e o gueto as baiques, a mancar o vermelho da nhanha do jeco. Ina man, a malta a gregoriar-se toda! O resto deu de frosques.
O Rolling Stone do Canudo, a mamar outra barrita, vê o gueto já bué da longe e lança-me... Bora ripar uma até lá? Bute ripar até recolar? Até te dou o arranque de avanço, só naquela da curtição. Sem guita ao barulho nem nada.
- Yá meu, na boa. Vais levar um baile katéte passas! E lá ripamos...
(adaptado)