24 de Junho de 2011

CARISMA

... e chega um dia em que esse dia chega, in popular

Historicamente a sua existência deveu-se a um mau político em fim de mandato, a quer, à vista de todos, mostrar obra (chaise em alemão), tal como a ideia de um parque industrial por distrito e não em todos os cruzamentos, perdão concelhos. A coisa proliferou de tal modo que tropeçamos (curvamos) nelas a toda a hora e até o recente código da estrada nos dá razão. É um local onde verdadeiramente podemos desfrutar de uma segurança impensável até à pouco tempo, e com uma particulariedade muito sui generis mas pouco utilizada para a manutenção dos grupos.

A malta já andava a exigir outras retas (ou seria metas?) de forma a conseguir aguentar-se com as feras* e hoje finalmente lá se ajuntou um grupo sem “exibicionistas” e sem acordo tácito de se esperar pelos menos aptos.

O segredo foi dar umas voltinhas às ditas enquanto o pessoal com mais peso (gordura) nas subidas não chegava,  porque a rolar, como se toda a gente tivesse pressa a caminho da praia, ninguém desprega um dedo que seja, mesmo quando se vai a 62 km/h. Será que são todos preparadores de sprintes?

Depois sim,  o desacelerar para o convívio, sem o qual não faz sentido andar de bicicleta.

Por fim, como ninguém se conseguiu livrar uns dos outros, não obstante os esticões dos ultimos 3 km, Uvas Ku um atleta que aproveitando o feriado, saltou do banco (não do de suplentes) e que oscila/insiste, há meses em ficar invariavelmente pendurado – sozinho ou acompanhado – entre o grupo da frente e o detrás, aproveitou os olhares de vigilância mutua entre as feras*e vingou-se, num vigoroso sprint, do anonimato que tem sido forçado a passar.

PS: que pena o alto da abaneja não ter também uma.

               *  pessoal que treina a sério com o objetivo de participar em competições

publicado por Ubicikrista às 05:20

13 de Junho de 2011

ABC prático do ciclismo

Por Carlos Chilra

«É verdade que esta etapa foi anulada em termos de passeio mas veio ao de cima a veia competitiva de cada equipa, já que não havendo policiamento não estava garantida a segurança da caravana e como tal seguimos sem dorsal e por equipas. E já se sabe: crono da Vidigueira a Montemor-o-Novo.
O normal nesta prova não é haver policiamento com batedores, mas com segurança nos principais cruzamentos, e sendo este garantido pelas autoridades do conselho em causa, em que os custos são suportados pelas autarquias. Neste caso o comandante da GNR de Beja entendeu que seria adequado, visto o numero de participantes (60) e carros de apoio (10), que 2 batedores eram necessários. Mas como os batedores para varrer a estrada custa "x" euros e a organização, por motivos já acima mencionados, não entrou em acordo com os elementos da GNR presentes, não houve outra forma senão anular a etapa em caravana compacta e, com o acordo dos chefes de cada equipa seguiu-se por equipas, mas em regime de "passeio" independente e sem apoio de viatura à retaguarda!
A minha equipa, por empréstimo de "milhões", nesta volta, foi o Clube de Amigos de Ciclismo de Alverca, que fazia alinhar 4 elementos à partida. Um dos elementos desta equipa ficou classificado em 2º lugar na sua categoria, na recente prova GranFondo Eddy Merckxs em Évora, imediatamente á frente do Sr. Romão, sim o próprio foguetão de Machede.
Abraço e boas pedaladas em "53"»

publicado por Ubicikrista às 20:18

11 de Junho de 2011

Todos nós os conhecemos de tanto ouvir falar deles nos média. Por vezes chegam a ir às casas de banho das discotecas ou a funerais, para sacarem o sangue aos ciclistas profissionais

Mas também existem na versão para cicloturistas. Atuam pela calada da manhã. Situam-se estrategicamente nos pontos de partida das etapas e puxam dos galões que a lei lhes concede como autoridade. Geralmente vêm equipados com camisolas da GNR ou da PSP e afirmam:

- Daqui ninguém sai com dorsais de corrida. Só podem seguir em pequenos grupos ou por equipas separados uns dos outros e em fila.

Também foi assim no 9º Passeio a Portugal em Bicicleta - Ciclismo para Todos que era para ter sido um excelente momento de divulgação desta modalidade, que até está especialmente recomendada pela Fundação Portuguesa de Cardiologia, e se tornou pior que um passeio de domingo de manhã sem história. Era a 8ª (entre Portel e Montemor-85 km) de nove etapas (665 km) de uma prova que fazia parte dos calendários tanto da Federação Portuguesa de Ciclismo como da UCI - União Ciclista Internacional.

Esta Mini Volta a Portugal em Cicloturismo, como é conhecida desde Maio de 1991, tem nos ultimos anos sempre a presença da família Chilra na equipa do Atlético de Reguengos, tal como o Cunha, o grande mentor, este ano com novas funções. E não se pense que os andamentos são pêra doce. Perguntem ao Quaresma ou ao Rosado que os acompanharam desde Viana.
Deixamos uma pequena amostra em como a vontade dos vampiros foi integralmente cumprida:

publicado por Ubicikrista às 17:05

04 de Junho de 2011

As viagens temos que as levar por diante,

antes que elas nos levem a nós. In, I

A ida lá acima antecedeu uma semana terrível de coronárias defeituosas entre chegados.  E antes que seja tarde o melhor era aproveitar já os 600 km do brevet até Odeceixe, nas depressa (213 km) esse plano inicial mudou para outro, quando se falhou o controlo na Figueira da Foz, por excesso de 10 km. O companheiro de ocasião ainda foi convencido a fazer o percurso inverso de regresso à gasolineira, mas o controlo que entretanto se tornara móvel, apanhou-nos quase no fim da subida da ponte. A frase da organização: depois carimbamos, não deixou dúvidas. Já éramos.

Em suma: o 6 inicial de Viana, tornou-se num 4 definitivo depois de Matosinhos, passou a 2 + 2 a partir da trovoada de Ílhavo e, à saída da Figueira num, cada um por si. Um que se perdeu de amores pelo carro da organização, outro que ia direto para casa, outro a tentar recuperar o tempo perdido e finalmente outro que tinha que acabar. No fundo o regresso ao 2 + 2 (dois acabados + dois por acabar). Depois de mais 1000 km (Brevets de 200+300+400+223) em completa autonomia não fazia sentido obter ajuda do carro de apoio fora dos postos de control.

Prosseguindo ainda em autonomia total conforme o regulamento, sem carro de apoio onde ir buscar roupa seca e mantimentos, ou cama, e apenas com um inútil telemóvel touch (descarregado pela trovoada), algum nevoeiro, um escuro enorme, uma mochila a abarrotar e umas luzes, as da frente fracas e as traseiras, que perto de Leiria, em modo fixo se recusavam a permanecer ligadas após minutos.

A aproximação a Vila Franca antes das nove horas trouxe dúvidas existenciais: ir para casa (110 km) ou obter cueiros novos e secos (25 km) no Parque das Nações onde ficara o carro na véspera, ao ser trocado por um Alfa pendular. Decisão fácil, até porque embora desconhecendo o transito na zona, nela circulam dezenas de ciclistas àquela hora, sobretudo a um domingo de manhã, com o senão de virem todos em sentido contrario ao nosso.

A passagem de barco foi feito de carro, não para Almada mas sim para o Montijo (-11 km). Uma hora de sono seguido, em cima de uma carpete e ala para Setúbal. Um furo por um fio de arame, dos que só saiem do pneu com corta unhas, quando se procurava uma arca e que ao fim de 20 minutos, amargamente afinal era uma barca, deu a 4 garrafa de agua do dia (1,5 l), em mais um controle inútil, e a impossibilidade de acompanhar, naquele ferry, os 2 randonneurs que se haviam juntado algures.

Antes do cruzamento da Comporta e do ventinho de costas que se adivinhava para casa, em vez do frontal para Odeceixe, devolução dos manguitos e pernitos à organização, emprestados 300 metros após o controle simulado da Figueira, recuperação do valor da medalha, de uma camisola e de um par de meias molhados e, de uns ténis, despojados de imediato, que, se ajudaram na viagem de comboio da véspera, daqui até casa (100 km) só estorvariam. Juntando estes aos km até Lisboa (425, com enganos), os 40 do Montijo à Comporta, ultrapassar-se-iam os 500 km em 29 horas, desta vez, contrariando os brevets anteriores, sempre em prato pequeno (rotor).

 Viagem dedicada ao Murteira (em recuperação), ao Matos (recuperado) e

ao Aleixo (sem palavras) meu grande companheiro e amigo destas lutas

de devorar estradas, aqui, em Espanha, Andorra ou França.


publicado por Ubicikrista às 18:20

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