Olá a todos. Sou o António.
Faco, vais-te arrepender por incentivares a malta a contar as suas batalhitas pessoais... Yah, yah… Após ler as crónicas de Málaga entusiasmei-me por relatar o "passeio" que demos no sábado, o Luís e eu.
Temos a sorte de ter um clube nas Astúrias, o SCTA (Somos Corredores Todos Avozitos – que as organiza os brevets, pelo que não necessitamos de nos deslocar, já temos que chegue por causa da bicicleta).
Depois do pincel introdutório passo a relatar o sucedido no sábado. Partida às 7:00 AM. Não estava frio, pelo menos não o sentia. Antes de chegar ao local da partida cruzo-me com uns totós que me dizem que o desporto é "muito mau"... nada mal, e não sabiam eles o que me esperava…). Recolhemos as cadernetas para os controles, a folha com o itinerário e partimos.
Formou-se um pelotão de uns doze, a maioria dos SCTA ( "avozitos" de 35 para cima, não de idade mas sim de velocidade media). Estes impõem um ritmo "quase" de tour: 30, 35, 40... O Luís e eu vamos na cauda, sem nem sequer pensarmos na possibilidade de ir lá á frente dar uma ajuda a puxar. Além disso, vou "hibernado" pois sou o único de manga curta.
Chegamos ao primeiro controle, Cangas de Onís (km 72 - 9:30), para carimbar as cadernetas, reabastecer de líquidos e comer alguma coisa. Retoma-se a marcha e regressamos aos andamentos do ORIENT EXPRESS (o percurso era para Este, até Santander). Continuamos com eles até ao segundo controle em Panes (km 126 – 11:30). Aqui, ao ter despertado da minha letargia, bebo pela primeira vez desde a partida e digo ao Luís que quem os iria acompanhar, dali para a frente, era a senhora sua mãe deles. Concorda comigo e lá continuamos, mas no nosso ritmo. O Luís, por estar mais forte, puxa a maior parte do tempo, e assim continuamos até Unquera (fronteira com Santander). Ali, sem pararmos, regressamos pela costa marítima.
Depois de se passar por Llanes, paramos para "reabastecer" numa bomba de gasolina. Bebemos, comemos e retomamos a marcha. Chegamos ao terceiro controle, Ribadesella (Km 189 – 14:00). Prosseguimos o itinerário até Villaviciosa, zona costeira de sobe e desce com forte vento de frente, para nos desviarmos para El Pedroso, um "valioso" conselho de um dos "avozitos" que nos obrigou a subir um cabeço extra, com 200 km nas pernas. Um dia havemos de o caçar, um dia…).
Ao sairmos de Gijón, somos alcançados pelo ORIENT EXPRESS, que tinham parado para comer de faca e garfo (imagino que com sesta incluída...). Outra vez a voar com a pastilha toda. Continuamos, já um pouco combalidos, até chegarmos a Tamón, onde justamente antes de 1 km de 10% decidi parar para aliviar as dores nos pés e a iminente “passara” que me sobrevoa.
Decidimos voltar a impor o nosso ritmo até ao final. Depois de comermos o que sobrava, continuamos até ao quarto controle, Cancienes (km 282 – 18:45). Aqui já "olhamos" para a meta, além disso só nos resta uma subida, o Alto da Miranda, que por estas alturas, para nós, se assemelha ao Tourmalet (bom, exagero um pouco...). Por fim, às 19:45 chegamos a Oviedo. Total de horas em cima da bicicleta 11:15, com uma media de 28 (o "conselho" do avô serviu-nos para fazer 315 km). Horas totais 12:45, a uma media de 24 e pico. Para nós um grande tempo, pois esperávamos chegar até às 22:00.
O fecho do controle era até às 3:00 AM. Como vêem não se tem que ser nenhum Indurain para se conseguir fazer, é só saber "sofrer" um pelinho.
Depois vos contaremos como nos portámos nos 400 km, dentro de 15 dias.
Tchau.