29 de Março de 2011

Há anos que os vemos chegar aos poucos isolados ou em pequenos grupos na zona da cruz da picada ou na variante da quinta do Moniz. O ano passado o número ultrapassou a centena e meia, com o agregar simultâneo por parte da FPCUB do desafio Audax para cicloturistas, na linha dos Randonneurs em que estamos atualmente envolvidos. Este ano tínhamos na ideia que era lá para o inicio da primavera.

Sexta feira á noite, durante os festejos dos anos do Granja, alerta do Romão por telefone, Se sabíamos ou não! Tudo muito em cima, mas ficou logo decidido que iríamos ao seu encontro onde, disse, viria o César e o Ezi.

Primeiro a volta por Arraiolos, com o grupo a papar vento de frente até Montemor e as nuvens que iam passando carregadas de água. Ilação: quando se vai em diagonal, com o sentido das nuvens, basta abrandar ou acelerar para não nos incomodarem á sua rápida passagem que dura 2 ou 3 minutos, mas quando vamos na direção delas, apanhamos com todas as que vieram – e felizmente foram só 3 – durante os 20 km.

Paragem para café em Montemor e para os mais audazes: a por ellos!

Nem por isso – o vento favorável, empurrá-los-ia, aos primeiros, para uma média final de 39 –, pois mal chegamos ao alto das bifanas no centro da cidade, avistamos o que parecia uma etapa da volta a Portugal ao fundo da reta, com cerca de 70 ciclistas, entre eles bastantes Masters. Tudo para trás, na tentativa de não sermos caçados na cova do parque de merendas á saída de Montemor. Puro erro tatico: teria sido mais fácil sermos absorvidos e aspirados pelo pelotão na descida do que ultrapassados mesmo no topo da subida. Assim, depois do esforço a subir, novo sprint para colar ao pelotão que passava tipo tgv.

Só o Hélder resistiu até ao alto da Abaneja onde se deu o 3º ataque desta clássica. Os outros dois, segundo palavras dos Duros do pedal e dos Ciclismo 2640,  ter-se-iam dado na Ponte de Vila Franca e na subida para Montemor até á entrada da rotunda para Mora. Mas é um Pinabike, o Ricardo - que no seu sitio em Conversa de ciclistas descreve com sabedoria, experiencia e profissionalismo critico o comportamento destes e de outros oponentes, como os Ciclomix ou os Carb Boom, tal como já descrevera toda a clássica de 2010.

Uma vez que já sabemos a opinião dos que iam entretidos lá frente, cabe-nos a nós falar do que se passou cá atrás. Assim espalhados pela estrada fora, foi um folclore pegado e fizemos de tudo: metemo-nos ao barulho, ajudando alguns na recuperação para chegarem ao grupo da frente, andamos atrás dos carros de apoio, com motoristas maus que não sabem que a 40 ninguém recupera e que a 45 pode ser demais, consoante o relevo, e só abdicamos quando deparamos com uma obra de arte. Temos uma foto que nunca poderá ser divulgada, daí que desta vez preferimos as mil palavras: mas por favor não façam isto nunca, agora percebemos porque é que chamam circo a uma etapa da volta – os ciclistas são na verdade uns artistas. É como assistir a um crime praticado na perfeição mas não se poder ver, só ouvir.

Mas nós contamos. Os carros não estavam a resultar na recuperação e veio de lá uma mota, e imediatamente um ciclista de cada lado se agarrou á mala, mais dois ciclistas aos selins deles e mais dois fizeram o mesmo, em menos de 5 segundos estava o bouquet composto, a lembrar a natação sincronizada ou quando os pára-quedistas no espaço procuram alcançar os braços uns dos outros até completarem a sua coreografia. 30 segundos depois, sem pedalarem, só com a força dos cilindros da mota, estavam no pelotão. Foi entre o km 21 e o 20 no altinho de Pégoras.

Até então mal um de nós encostava por já ter ajudado ou atrapalhado, vinha a aparecer mais á frente atrás de uma boleia prometedora. Eles andam no carreto 16 e 17 a descer, nós metemos a taleiga do 12 ou 13 porque não temos rotação para tanto.

O Rosado á chegada veio explicar que todo este festival se devera afinal por terem caído uma molhada deles, a meio da subida do parque das merendas, e ficou encantado com o modo como os viu a organizarem-se para retomarem as posições no pelotão. E vimos também gente serena, com o carro de apoio ali a 2 metros sem se agarrar e sem se proteger na traseira. E pessoal que deu meia volta e regressou a casa de bicicleta com vento contra. Mas chega por hoje de falar dos “profissionais” amadores.

publicado por Ubicikrista às 02:42

Há sempre, só qdo chove é que fica ao critério de cada um.
Encontra-se ás 9 até os cabecilhas do ciclotur alterarem. Depois a malta regula-se por eles.
Abç
2 de Abril de 2011 às 23:22

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