Antes do sexo, cada um ajuda o outro a despir-se!
Depois do sexo, cada um veste-se sozinho!
Moral: Na vida, ninguém te ajuda depois de estares folixado.
Ao Manuel, culpado de mais um treinador no desemprego
1 - Factos confirmados
O relógio da igreja de Sto Antão marca as 13.45 horas, da última sexta-feira, dia 15 de Abril, quando pára um carro em frente à rua do Raimundo, na zona dos táxis no centro da cidade.
De repente, as portas abrem-se e saltam de lá três homens bastante novos, altos e corpulentos. Sorriem entre si enquanto se dirigem para a parte traseira da viatura, com um ar suspeito de pertencerem ás máfias russas. Pelo sorriso parecem ter abandonado recentemente a companhia de alguma garrafa de vodka. Um deles utiliza a chave para abrir a bagageira. Surge então, lá de dentro, a cabeça de um homem encolhido, com os cotovelos em volta das orelhas, descalço, e fatinho à funcionário da Prossegur, mas com divisas na camisa branca. É puxado pelos ombros pelos dois homens enquanto o terceiro lhe agarra nos pés e o arrastam na horizontal para fora do carro, atravessando com ele toda a esplanada da praça central, como que procurando um lugar vago numa das mesas.
Puro engano, prosseguem com ele ao colo no sentido do chafariz e mergulham-no lá dentro, mesmo por debaixo de uma das oito fontes, que simbolizam o numero de ruas que desembocam na praça do Giraldo. Um deles saca imediatamente de um telemóvel em modo de foto e aponta-o na sua direção enquanto os outros dois se colocam ao lado do homem todo encharcado. De outro carro chegam entretanto dois comandantes para a fotografia da praxe. E era mesmo praxe, a de mais um piloto que após sobrevoar 400 milhas sobre o Alqueva, obtivera o seu brevê na escola de pilotos da cidade. Esta praxe, já habitual, pode ser verificável por qualquer transeunte de ocasião.
2 - Factos por apurar
Mas as coisas não tinham corrido bem até aqui. Na derradeira saída que completaria o número de horas em voo, necessário à obtenção do seu brevê, os dois comandantes fizeram birra. Tudo porque os pilotos que pretendiam obter o seu brevê se haviam dirigido para o interior do avião sem esperarem pelos ditos comandantes, que alegam se atrasaram devido a urgente satisfação liquida de necessidades fisiológicas.
Os dois comandantes que também precisavam desse número de horas de voo, para também eles obterem o seu brevê, embora a um nível muito mais avançado, pegaram noutro avião, obrigando os futuros pilotos a organizarem-se entre si para completarem os seus brevês.
Não se quiseram assim misturar com os outros pilotos, primeiro com as desculpas de que o avião em que estes se deslocavam era demasiado rápido para eles. Depois obtendo eles o seu brevê especial, impondo ao seu avião um andamento muito mais rápido e com paragens menos demoradas que os restantes pilotos, de forma, alegam, a capacitarem-se dos hábitos com os novos aviões muito mais exigentes que os aguardam futuramente.
E muito menos, como se viu, aderiram à ideia da sua própria praxe na fonte, pretendendo algo mais requintado e privado, com direito a meninas e vinho da região, tinto, presume-se.
Culminou assim mais uma jornada da bênção de pastas, que segundo grande parte os novos pilotos, com comandantes destes a organizarem brevês assim, para eles já estão benzidos.