Tática
Um ou outro conhecia-se apenas de ginjeira não obstante os 500 kms anteriores (200 + 300). Tirando as partidas, poucos nos cruzáramos nos postos de controle ou mesmo na chegada. Havia então que “medir as pilinhas” e ganhar o respeito de todos se queres ajudar em grupo. Se não queres, pisgas-te sozinho ou com outro companheiro. Mas houve o bom senso, depois de cada um mostrar ao que vinha (a forma), de se ir em grupo. Sem conversas e sem veres a cara aos outros (era de noite). Mas a atitude dos 2 rando congregou as pessoas à espera de novidades bocais - a má-língua, que não serve para nada, às vezes tem estas virtudes. As frígidas dizem que é um mito, e que nem sequer existe. Nós achamos que elas é que não existem. Existem apenas más-linguas.
Andando em pequenos grupos ou fazendo esperas, nunca mais o grupo se desuniu até viana (km 270) altura em que se passou a grupos de 2, 3 ou 1 consoante as forças que restavam para terminar.
Destaques Individuais
- O homem que cegou momentaneamente. E não foi só da vista foi também dos ouvidos à saída de v. novas. Analisando o seu sitio , compreende-se o incómodo, para quem já levava estratégia delineada.
- O homem que luta na sombra. Sobrevive com o que lhe deixam, sobretudo uma boa conversa.
- Visitante – safou o dia aos randonneurs, transformando-os naquilo que todos esperávamos deles.
- O homem do norte que veio descobrir o alentejo noturno que muitos alentejanos não conhecem, nem nunca na vida conhecerão: O prazer da noite, a solidão das planícies, o piar dos mochos e das corujas, o roçar das asas dos grilos, o relógio biológico dos galos anunciando a aurora, o amanhecer no guadiana.
- O homem anti-barreiras sociais. A alma do pelotão. Por sua conta e risco, desde as silveiras no regresso, depois de abandonado por dois companheiros.
- O super-homem, não pela roupa como o primogénito o definiu, mas pela rotação. Ao princípio impávido, depois admirado por todos. A elegância pura em cima da bicicleta.
- O homem da bicicleta magica que transformava a noite em dia sempre que queria e até tornou um poiso de mãos em algo perfeitamente conduzível, após ser vitima de um erro diário que todos os ciclistas cometem, ao não respeitarem a cor daquela luzinha que nos trava de noite e até de dia.
- o homem sonâmbulo que gosta de assustar e sem disso se aperceber, condutores de carrinhas de caixa aberta e seus ocupantes.
Números
TEMPO: 960 minutos a pedalar (16 horas) e mais 226 de paragens: 11 para xixizes (5x), 83 para esperas (4x), 59 nos postos (3x) e 66 para almoço-piquenique e cama-restolho (1x).
PULSAÇÕES: 115 de média. A mais alta entre pegões e v. novas (133). A mais baixa entre viana - alcáçovas (103), enquanto a máxima (147) se atingiu na ida, antes de pegões e na descida para montemor. A chegada a moura a subir, e com teste de adrenalina (150), não conta. A máxima mais baixa atingida, por não haver quase subidas, naturalmente que foi entre portel e viana e entre esta e alcáçovas (128).
CADENCIA: 69 de média. A máxima logo á saída até pegões (79) e depois até v. novas (80). A mais baixa, naturalmente entre moura e portel (55), pelas subidas.
VELOCIDADE: 24,61 no fim. A maior (30,1) na partida até pegões. A menor entre moura e portel (19,2).
BATIMENTOS: 131.550. O normal, sentado no sofá, seria para 20 horas a 60 batidas c/min, pouco mais de metade (60x60=3600*20=72.000).