A minha crónica é sobre o percurso da Clássica Eduardo Chozas, mas realizado na semana anterior com o meu Clube, já que eramos nós que cabia organizar.
Não a realizei antes porque temia que alguém fizesse marcha atrás.
Era a primeira vez que realizava o circuito, e estava com uma vontade enorme pelo que diziam do Torcal, e de superar um novo desafio.
A diferença deste domingo é que o tempo estava mau. Choveu um pouco quando subíamos a La Reyna, e fazia um vento daqueles de termos que agarrar bem a bicicleta.
Subindo a La Reyna, excepto a fera do Clube e os três novatos na subida ao Torcal, todos iam muito poupadinhos, de modo que reduzi o ritmo e deixei-me apanhar pelo grupo, protestando pelo ritmo tão lento a que iam. Eles diziam-me que mais adiante já falaríamos. Os três últimos km de subida a La Reyna fi-los bastante fortes, porque nesse momento pensava que não se subiria o Torcal devido ao mau tempo.
Descendo, o vento atingia-nos com força, e a parte entre Colmenar e Casabermeja, rectas onde normalmente se vai a boa velocidade, foram duras, duras, porque o vento batia de frente o suficiente para derrubar alguém da bicicleta.
A parte da subida até chegar a Villanueva, fez-se muito devagar. Um companheiro que ia comigo, fez-me o mesmo comentário. Três semanas antes subíramos esta parte até Villanueva, e naquela ocasião pareceu-nos metade do difícil do que nos pareceu agora.
Ao chegar a Villanueva, muitos pararam e disseram que esperavam que o fizéssemos também. Eu estive a ponto de ficar porque estava rebentado, mas o repto e a vontade de conhecer a subida do Torcal, tornou-se-me num "perigo para mim mesmo" prosseguir até ao cimo.
Só iam três companheiros à minha frente e um deles deu meia volta, coisa que estive a ponto de fazer também. Depois de muito sofrimento cheguei ao cimo, mas o meu calvário estava ainda por chegar.
De volta a Málaga, até Casabermeja, ia colando e descolando do grupo que até não ia muito rápido. Quando começámos a subir Patascortas, EXPLODI. ¡¡[1]; Pássara monumental!!. O grupo afastava-se cada vez mais e eu levava "metido" o 26 (reservado para o Torcal) e tudo me parecia duríssimo. ¡ Não posso, não posso!. Cada pedalada é uma picada nos músculos, doem-me as costas, os pulsos, os braços e não podia raciocinar com clareza. Neste estado, aguentei talvez mais do que devia - a subida até Patascortas, e uma parte mais do percurso - até que decidi parar e subir para o carro que nos acompanhava. Foi a «pássara» maior que tive até hoje.
Um abraço. Juan Fdez