Olá a todos:
Que bom fim-de-semana que eu passei! Reuni-me com vários ciclolisteros, Falámos de bicicletas, percursos, ciclismo..., jantámos estupendamente, estreámos as camisolas e... SUBIMOS A VELETA!.
No sábado cheguei com a minha família a Pinos Genil perto das 8:30 da tarde e encontrei-me com o Fernando e com o Faco. Nada a dizer do que já foi comentado em relação à organização (se em vez de 700 participantes tivéssemos sido 4.000, todavia, ainda estaríamos à espera para nos inscrever e a distribuição de diplomas acabaria no século XXI).
O Fernando encontrou-nos um local super agradável para jantar e ali nos reunimos todos: Faco e Mónica, Juanma, José Ramón, David, Fernando, a minha família e eu próprio. Foi estupendo voltar a encontrar-me com alguns e conhecer outros novos ciclolisteros. Na verdade este desporto e este meio de comunicação une pessoas. De imediato tive a sensação de estar com pessoas como as que me relaciono diariamente: com amigos.
Bom, a crónica:
Ás 8:00 estávamos uns 700 “presidiários” da rota dispostos a enfrentar os 40 km. de subida ao Pico Veleta. Ali voltámo-nos a juntar os 6 ciclolisteros, mas desta vez de uniforme. A subida começa com uns 7 km de rampas de 7% ou 8% mais ou menos, provavelmente as de maior inclinação de toda a subida, ainda que, como é no começo sobe-se com bastante à vontade.
Vamos alternando o pedalar sentado com o pedalar em ziguezague, como é típico nas escaladas, assim se vai compensando o trabalho que faz a musculatura lombar com os quadricepes. Em seguida chegamos à estrada principal e como o calor começa a apertar, obrigo-me a beber frequentemente nos primeiros 20 km., que é nos que mais se sua, já que a partir de Pradollano a altitude faz com que a temperatura seja mais suportável, inclusive faz frio nos últimos 9 km da ascensão.
Paramos no primeiro abastecimento e bebo uma garrafa de água de uma assentada, acompanhado de uma perita que estava belissima. Reponho agua nos bidões e a partir daí já não volto a parar até ao cimo.
A toda a hora vamos ultrapassando, muitos mais dos que nos ultrapassam, creio mesmo que devemos acabar entre os primeiros 200. Pouco antes de Collado das Sabinas, o Fernando descola e o Faco ganha-me uns metros, ainda que de seguida o alcance de novo.
Assim vamos ganhando altura, desfrutando de uma vista impressionante desde Alpujarras até lá abaixo, e do pico Veleta até acima. Passado o albergue universitário o Faco acelera e vai-se-me embora, está no seu terreno favorito, ainda que nos vejamos um pouco mais acima, já que ele pára no abastecimento e eu não. Desde o centro universitário até ao cimo a fisionomia da paisagem altera-se: estamos definitivamente na alta montanha, por cima dos 2.750 mts. Continuo a ultrapassar gente sem parar e como me encontro bastante bem, vou fixando objectivos; primeiro ultrapassar aquele grupo, logo o seguinte, seguir na roda deste que vem mais forte que eu, etc...
O final da subida é impressionante, a estrada sobe até mesmo ao alto que se encontra sobre uma grande pirâmide de pedra. Há uma seta grande que atravessa a base da pirâmide de uma ponta a outra, na qual o vento bate com bastante força de frente, além disso está muito frio. De todas as formas creio que faz menos vento que o ano passado. Depois, ainda há varias setas mais, cada vez mais pequenas até acima. Já vejo a meta, tenho-a justamente em cima da cabeça, quer dizer, falta-me uma seta mais. Sinto-me muito bem e assim sendo, decido fazer estes últimos 500 mts a tope. Ponho-me de pé e acelero ao máximo, ultrapassando ainda mais um grupo na última curva e um par de participantes na recta da meta, à qual chego sprintando. Sim, sim... já sei que isto é uma parvoíce, mas... E o gozo que me dá?
De seguida encontro-me com o Faco que diz ter-me sacado uns 5 min e daí a pouco aparece o Fernando e o José Ramón. Juntos subimos ao vértice geodésico do cimo (3.367 mts de altitude) para ver a paisagem que é impressionante e fazermos umas fotos. Também chegaram o David e o Juanma.
Daí a pouco decidimos descer. Eu fi-lo de uma assentada até chegar ao carro e imediatamente subi a Pradollano, donde os outros ciclolisteros haviam tido a amabilidade de se encarregarem da minha mulher e filha, as tais que a organização não deixava entrar no recinto fechado.
Em resumo um dia memorável.
Saúde e sorte nas estradas.