Olá.
No passado sábado 7 fomos, um grupo do meu clube, a Granada para subir a Veleta.
Ainda que a cicloturista se tenha efectuado faz pouco tempo, depois da má experiência na organização de outros anos, resolvemos começar a ir por nossa conta e risco um dia por ano, que já tínhamos previamente programado no nosso calendário.
Às 8:30 estávamos em Pinos Genil, e começámos a ascensão às 9:00.
No principio íamos em grupo, já que a partir da bomba de gasolina de Víbora, a uns 1800 m. de altitude, seria a velocidade livre.
As primeiras rampas, são ligeiras porque ainda se está fresco, e o ritmo não é muito forte para não partir o grupo. Quando a estrada se junta com a que vem de Granada, parece que a inclinação se suaviza, ou é a sensação que dá, devido a que a estrada é mais larga.
Até agora tenho ido com um 39x21, e vou bastante cómodo. PINCHACHO![1] A minha roda dianteira fura, devido a terem-lhe dado pressão a mais que a devida, e a roda abriu lateralmente a camara de ar. Por sorte o pneu não sofreu nada e pude reparar o furo.
O grupo tinha-se partido em dois, uns que seguiram e outro grupo que esperou por mim para que reparasse o furo, por isso tive que aumentar um pouco o ritmo, para poder apanhar os primeiros (que não iam muito depressa).
Chegados à bomba de gasolina começa aqui à velocidade livre que cada um queira impor. As três feras do clube saem disparados para o cimo, e forma-se um segundo grupo de seis onde eu estou. O ritmo aumenta devido a que o mais forte do meu grupo, já que na etapa de hoje o clube dá trofeus aos três primeiros e vemos que um dos feras ficou descolado, e por outro lado, ele está também em disputa pela classificação geral, e vê que o primeiro classificado está a ficar para atrás.
Apesar do ritmo, vou à vontade e a inclinação não me parece excessiva, continuo com o 39x23. Por fim avistamos Pradollano, mas desde que se vê até que se chega, dá a impressão de que a povoação se vai afastando cada vez mais. Pouco antes de chegar, um do meu grupo fica-se devido a furo. Pergunto-lhe se necessita ajuda e diz-me para seguir.
Para passar a urbanização, meto o 23 já que é onde há maiores inclinações. Passado o Centro de Alto Rendimento, salta um do grupo, mas prefiro não me “alargar” e continuar no meu ritmo. A paisagem é rochosa e graças ao carro de apoio que levamos, é-nos reposta a bebida.
O vento que desde o principio estava presente, começava a aumentar e também a sensação de frio.
Ainda que a pendente não seja tão dura como a da urbanização, já vou com o 23 porque me encontro mais à vontade. Até ao momento as sensações que tenho são estupendas, comparadas com o ano anterior, que cheguei à barreira cambaleando e só continuei por amor próprio e força de vontade.
Passado o Centro, do grupo de quatro que restam, fico sozinho na frente e a estrada permite-me ver o meu companheiro que tinha saltado anteriormente.
O vento torna-se insuportável. Vejo-me obrigado nalguns sítios a “meter” o 26 já que é impossível continuar com um vento assim. O pior não é o vento de frente, mas sim o lateral, que praticamente obriga a fazer malabarismos para que não me atire ribanceira abaixo. Há que inclinar todo o corpo para um lado para evitar que te derrube.
Quando levava 33 Km e a uma altura de uns 2600 m. vejo parado os quatro que iam à minha frente, e que devido ao vento tinham decidido não continuar. Decisão acertada, apesar da raiva que me dá o não poder chegar lá acima.
Baixamos com muito cuidado, quase parados, até a um ponto de encontro, com todos os que subiam também.
Noutro ano se chegará lá acima.
[1] Não é o que estão a pensar. Significa furo. Pinchar é rebentar. Por exemplo em Cajabermeja o Aleixo ficou parado à beira da estrada com um pinchacho de todo o tamanho à espera que alguém lhe desse assistência.