As prendas de noiva, são como as situações.
Umas dão jeito outras não.
Treinar séries, por vezes, pode trazer-nos más interpretações. Após o esforço máximo segue-se um período de recuperação e nessas alturas se calha a sair de um cruzamento alguém com uma bicicleta de montanha, passa por nós como se fossemos peados. Se somos nós a passar na fase do esforço pode parecer exibicionismo.
Tal como estas situações, também há sítios que são de evitar. Um deles é a subida da boa morte. Alguns de nós mal saem da rotunda do redondo já veem com o trauma só de pensar nela.
Desta vez vinha-se em grupo deixando que o mais cansado viesse mais vezes à frente para impor um ritmo mais adequado a sua (má) forma. Na subida para o alto da fonte boa o grupo espalhou-se e voltou a juntar-se 100 m antes do cruzamento de machede, na mesma altura que saía dali um ciclista. Na quinta do manteigas é alcançado e recebe o convite, como sempre, por uma questão de cordialidade:
- Bora companheiro.
Ninguém se preocupou mais em olhar para trás, para ver se o ciclista vem ou não ou quanto tempo aguenta com o grupo.
E chega a boa morte. Uns baldam-se, outros (quase todos) arrastam-se. Os restantes gastam as últimas no despique habitual. Alguém se adianta com um sprint vigoroso que termina por esgotamento, junto às casas, antes do alto. É nessa altura que passa vindo detrás o tal ciclista em rotação, convidando um a um à medida que os ultrapassava:
- Bora companheiro.
Uma vergonha. Um mais revoltado vai-se a ele em perseguição na descida da cuagro e alcança-o já na ponte da comenda, e atira-lhe: Oiça amigo, você não pode fazer isto! O pessoal já deu a volta por evoramonte e subiu a serra d´ossa: Trazemos mais de 100 km em cima do pelo.
O homem, tentando justificar-se, ainda balbuciou: Ah, eu cá venho do redondo e vou voltar para trás, mas já tenho 60 anos e você?
- 50.