Dia 3 de Outubro, prova de masters, a passar (7 x) pelo Praça Giraldo,
Av S.Sebastião, rotunda Torregela, rampa do Lago, conduta, Piscinas,
Alto de S.Bento (lado), Casa Pia, arco Cartuxa, palmeiras, rot. Aviz,
rot. Mobil, Bombeiros, Rossio, Rua Republica.
Organização: GD Os Dianas
Durante o Inverno no troféu BTE, ouviu-se:
- Vai Fanísca.
- Força Bombas.
Os incentivos aos ciclistas sempre caíram em saco roto, pelos menos aqui no Alentejo, por não haver montanhas. A malta bate palmas ou grita qualquer coisa sem nexo e quando vai a ver já eles passaram, seja na Volta ao Alentejo ou a Portugal (raro). Era assim, mas com o BTT tudo mudou, pois numa curva ou subida podemos incentivá-los, incutindo-lhes na alma uma vontade extraordinária para o resto da prova, que os motivará quando as forças começarem a faltar no final, gritando-lhe algo genuíno e verdadeiramente alentejano:
- Na vales nada!
Mas os incentivos não são só exclusividade do ciclismo, podem vir de onde menos se espera, vejamos:
Em Guadalupe, há 50 anos a esposa, em fase de lua-de-mel caseira, recebeu notificação verbal por parte das mulheres do bairro, para libertar o marido, o único guarda-redes. O amor era tão grande que ela se foi colocar por detrás da baliza contra o S.Sebastião, e cada vez que havia perigo nas imediações, agarrava nas saias e com o nervosismo subia-as para cobrir o rosto, enquanto repetia apavorada:
- Ai que entra, ai que entra!
Nos anos 90, os Salesianos inauguraram uma coisa fabulosa chamada Olimpíadas, a ser disputada entre todos os alunos. Numa corrida de duas voltas ao parque de jogos, um miúdo de 8 anos franzino, num forcing final, ultrapassa dois matulões de 10 anos. Subitamente no meio do público, uma senhora exulta aos pulos. Beija uma velhota à sua frente e virando-se de imediato abraça o homem que está ao seu lado, enquanto da sua voz sai a frase trémula de emoção: É o meu filho. O homem surpreendido pelo comportamento da senhora sorri e calmamente diz:
- Eu sei! Também é meu.
Mães assim, porque há outras, só vi a dos irmãos Hugo (Porto-Andebol) e Nuno (Juventude-Futebol), ninguém mais torce assim por um guarda-redes. O pai de quem marca, grita golo, na bancada. Mas, se o filho isolado deixa que o guarda-redes defenda, o publico na bancada levanta-se e em uníssono diz Oh, seguido de gestos de desalento, enquanto uns alcunham o avançado e outros dizem palavrões. Mas no meio desta exaltação, ouve-se um punho a bater no ar, tal como quando pomos um visto num papel mas com o movimento da mão inverso. E de uma voz feminina quase impercetível sai um seco e solitário:
- BOA.
Á mãe do Vitor
Ao Bruno e Sara pela Leonor
Ao Ricardo, bom rapaz, felicidades