20 de Junho de 2012

Quando a sogra lhe morreu o amigo perguntou:

Como é que fazemos, enterramos ou cremamos?

- As duas coisas. Não podemos facilitar!

 

As mulheres sempre se intrigaram sobre o que falam os maridos ciclistas durante as pausas nos seus despiques dominicais, no período chamado repouso do guerreiro. Pela cumplicidade demonstrada pelas senhoras na recente cova onde se iria, transcreve-se um precedente:

- estou tão estafado que mal chegue a casa vou dar uma sova no sofá

- para recuperares nada melhor que um banho submerso em agua fria até à cintura

- eu até tenho lá uma banheira enorme a jacto que nunca usei, dá para 3 pessoas

- podes sempre tentar enche-la com 2 raparigas

- uma já eu lá tenho, Na verdade agora até lá está a irmã

- epá, tu és casado? Se calhar é melhor não gravar esta conversa

- sou mas ela sabe que isto é verdade

- bom (disfarçando), olha ali uma águia

PS: o mário que recentemente participou no santarem-serra e praias, esqueceu-se de mencionar na sua pagina, de aí ter privado com ilustres pioneiros da caça aos kms como o canas (genial descrição de um brevet de 400 km ), o almeida [pad(ro)eiro], o ratinho ou o rosado entre outros.

publicado por Ubicikrista às 22:58

12 de Março de 2012

CARISMA

O joão que durante 5 anos se habituou a lidar com animais, no pólo da mitra de valverde, juntou um grupo de amigos e convidados, e organizou este BRM santarém 200 tejo acima tejo abaixo. Era suposto ser um brevet que viramos anunciado há meses atrás mas afinal tornou-se numa coisa inútil, tal como todos os brevet´s deste ano, do próximo e do seguinte. Apenas os de 2015, feitos sucessivamente a partir dos 200 até aos 600, terão validade que permita uma inscrição no paris-brest. Fazê-los, nessa altura, por outra ordem ou deixar algum ao acaso é meramente um desafio pessoal.

Havia então que aproveitar o convívio e nisso o joão esmerou-se, com envolvência familiar e pastelar incluída, sentia-se como peixe na agua naquelas instalações – mais ainda o filho, que passa ali horas a treinar e a competir como futuro desportista – como se não tivesse feito outra coisa na vida que organizar. E continuou assim durante mais 12 horas, deixando nos convidados a certeza de um anfitrião predestinado. As provas documentais falam por si:

nos seus ares de manequins, a revê-los mas a gabarem-se, a queixarem-se que tudo correu bem. Já agora vamos lá ouvi-los e pô-los a mexer:

publicado por Ubicikrista às 19:23

04 de Junho de 2011

As viagens temos que as levar por diante,

antes que elas nos levem a nós. In, I

A ida lá acima antecedeu uma semana terrível de coronárias defeituosas entre chegados.  E antes que seja tarde o melhor era aproveitar já os 600 km do brevet até Odeceixe, nas depressa (213 km) esse plano inicial mudou para outro, quando se falhou o controlo na Figueira da Foz, por excesso de 10 km. O companheiro de ocasião ainda foi convencido a fazer o percurso inverso de regresso à gasolineira, mas o controlo que entretanto se tornara móvel, apanhou-nos quase no fim da subida da ponte. A frase da organização: depois carimbamos, não deixou dúvidas. Já éramos.

Em suma: o 6 inicial de Viana, tornou-se num 4 definitivo depois de Matosinhos, passou a 2 + 2 a partir da trovoada de Ílhavo e, à saída da Figueira num, cada um por si. Um que se perdeu de amores pelo carro da organização, outro que ia direto para casa, outro a tentar recuperar o tempo perdido e finalmente outro que tinha que acabar. No fundo o regresso ao 2 + 2 (dois acabados + dois por acabar). Depois de mais 1000 km (Brevets de 200+300+400+223) em completa autonomia não fazia sentido obter ajuda do carro de apoio fora dos postos de control.

Prosseguindo ainda em autonomia total conforme o regulamento, sem carro de apoio onde ir buscar roupa seca e mantimentos, ou cama, e apenas com um inútil telemóvel touch (descarregado pela trovoada), algum nevoeiro, um escuro enorme, uma mochila a abarrotar e umas luzes, as da frente fracas e as traseiras, que perto de Leiria, em modo fixo se recusavam a permanecer ligadas após minutos.

A aproximação a Vila Franca antes das nove horas trouxe dúvidas existenciais: ir para casa (110 km) ou obter cueiros novos e secos (25 km) no Parque das Nações onde ficara o carro na véspera, ao ser trocado por um Alfa pendular. Decisão fácil, até porque embora desconhecendo o transito na zona, nela circulam dezenas de ciclistas àquela hora, sobretudo a um domingo de manhã, com o senão de virem todos em sentido contrario ao nosso.

A passagem de barco foi feito de carro, não para Almada mas sim para o Montijo (-11 km). Uma hora de sono seguido, em cima de uma carpete e ala para Setúbal. Um furo por um fio de arame, dos que só saiem do pneu com corta unhas, quando se procurava uma arca e que ao fim de 20 minutos, amargamente afinal era uma barca, deu a 4 garrafa de agua do dia (1,5 l), em mais um controle inútil, e a impossibilidade de acompanhar, naquele ferry, os 2 randonneurs que se haviam juntado algures.

Antes do cruzamento da Comporta e do ventinho de costas que se adivinhava para casa, em vez do frontal para Odeceixe, devolução dos manguitos e pernitos à organização, emprestados 300 metros após o controle simulado da Figueira, recuperação do valor da medalha, de uma camisola e de um par de meias molhados e, de uns ténis, despojados de imediato, que, se ajudaram na viagem de comboio da véspera, daqui até casa (100 km) só estorvariam. Juntando estes aos km até Lisboa (425, com enganos), os 40 do Montijo à Comporta, ultrapassar-se-iam os 500 km em 29 horas, desta vez, contrariando os brevets anteriores, sempre em prato pequeno (rotor).

 Viagem dedicada ao Murteira (em recuperação), ao Matos (recuperado) e

ao Aleixo (sem palavras) meu grande companheiro e amigo destas lutas

de devorar estradas, aqui, em Espanha, Andorra ou França.


publicado por Ubicikrista às 18:20

20 de Março de 2011

1ª. classe

"Os animais são nossos amigos e dão-nos a carne, o pão e o leite

que servem para a nossa alimentação, como por exemplo o cão"

Quando esta manhã saltei para cima do edredão de braços abertos em voo picado, e este fez POF, estranhei não ver o meu pai na cama, para lhe dar os parabéns por me ter como filho, presumo, senão ele não era pai. A minha mãe que ainda apanhou com o joelho no braço, acordou sobressaltada e disse-me que o meu pai se tinha levantado às 3 da manhã para ir com uns, qualquer coisa Rã do Nores, andar de bicicleta e que só ia chegar lá pela noitinha.

Á hora de almoço a mãe disse-me que a mãe do Nuno lhe telefonou a perguntar o nº do telemóvel do pai do Crispim e que ele deveria ter o telefone do amigo da mãe do Chico, para que ele telefonasse ao avô da Rita para lhe levar ao paredão da barragem do montar do Gil, um avanço da bicicleta que o cunhado do Alexandre tinha em 2ª mão, visto que o dele alargara os parafusos, com os, ou nos paralelos e já não davam aperto, embora eu ache que se usasse uma chave era melhor, mas tinha mesmo que lá ir porque ele queria acabar o brevê sabendo que ao ter ajudas externas não lho iam homologar. Esta palavra, deve querer dizer o mesmo quando o meu pai me pôs em cima do capô do carro novo do pai do Tomás, para me sacudir a areia dos pés com uma toalha, Então é aí que sentas o miúdo? ao que o meu pai respondeu, Descansa que não te o vou amolgar.

 

publicado por Ubicikrista às 23:46

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