31 de Agosto de 2010

Quando as crianças brincam aos médicos, estão apenas a copiar os adultos.

In Daniel Sampaio, psicólogo

 

Esperou tranquilamente que a mãe lhe colocasse a fralda, de que fingia precisar, mas que daria jeito nessa manhã. Na cozinha tinha um prato de papa maisena à sua espera. Assim que acabou meteu três bolachas maria no bolso do capuz e correu para o átrio onde tinha o seu "mais que tudo" à espera. Olhou em redor, abriu num ápice o porta moedas da mãe e tirou de lá uma moeda, que trocaria, mais tarde por um bolo de arroz. Enfiou um velho penico de plástico sem asas pela cabeça abaixo e atou o cordel por debaixo do queixo. De seguida meteu as mãos numas meias de lã, que tirou do bolso das calças, gamadas ao irmão mais velho (as meias, não as calças). Finalmente viu-se na rua, onde já o esperam outros miudos, cada um com o seu triciclo, igual ou melhor apetrechado que o dele.

Antes de partirem todos á vez, foi decidido o caminho a tomar. Só havia duas alternativas: dar a volta ao quarteirão ou demorar um pouco mais circundando a escola. Nesse dia, como não estava tanto frio, escolheram a ultima. Dai a pouco iriam encontrar, uma meia dúzia de metros não pavimentado, em terra batida, o que era sempre motivo de desagrado do Correntino, porque as rodas se enchiam de lama ou pó, consoante a altura do ano, alegava.

Este puto tinha coisas esquisitas, por isso os outros nem sempre esperavam por ele durante o caminho, por vezes também lhe batiam e chamava-lhe maricas. Numa dessas vezes servira-se de um deles como testemunha abonatória (já que o tinham abonado) perante a sua mãe, que não tinha a certeza das suas queixas. "Se eles te baterem, bates-lhes também", aconselhou a mãe:

-  Oh mãe, mas eles são tão bonitos!

Nem todos são assim, mas também há aqui meninos muito vaidosos. Um mostra o triciclo novo que o tio lhe deu, outro é o capacete da avó, aqueloutro a roupa combinada tipo manequim, oferta da prima, idem para as rodas, o volante, a fita, os ténis, o bidão do compal, o assento e etc.

Um dos pais até dissera numa ocasião: Para quem é pequeno, isso não é mania das grandezas? Ao menos saberão andar de triciclo?

Com o seu pai também nunca se safava pois respondia-lhe com questões. Dessas, sem resposta, já ele tinha muitas, e varias vezes se perguntara naquele dia que fariam este meninos atrás dos outros mais fortes? Decerto à espera que eles não aumentem muito o ritmo e os façam descolar e depois virão a penar sozinhos um (hor)ror de metros. Não lhe parecia muito divertido. Hoje até chegara à frente de uns quantos, sabendo que lá para trás havia meninos que andam melhor.

Continuava sem perceber porque é que estes meninos não brincavam com outros meninos do seu tamanho e da sua idade, e se conseguir vir na roda, o tempo todo a assapar, era isso triciclismo.

Fechou os olhos e viu-se já adulto lado a lado, ombro a ombro, cabeça contra cabeça, a lutar pela posição por onde o seu colega de sprints haveria de passar e pareceu-llhe ouvir a voz da mãe ao longe.

- Acorda e vai dormir a sesta para o teu quarto. Estás farto de dar cabeçadas na mesa e já ias derrubando o copo de leite.

publicado por Ubicikrista às 17:36

19 de Julho de 2010

O ciclismo é um desporto de grupo. Uns puxam outros protegem-se. Estudos revelam que 95% do tempo de uma etapa é passado em pelotão. Só os que querem ganhar e os (a)garrotados é que não aproveitam a oferta. Exceções:

*    Abaixo dos 5º graus
*    Debaixo de uma trovoada
*    Acima dos 38º graus

E explica-se:

Frio e vento lateral não aproveitam a ninguém, assim como ir na roda com lama e água. Finalmente andar na sombra de alguém, com calor, é um mito.

Nestas circunstâncias é cada um por si, seja furo ou corrente. Até porque o gaspacho pode arrefecer.

publicado por Ubicikrista às 01:41

11 de Julho de 2010

CARISMAS

Não contem com ele para pequenos ou grandes andamentos, ignora o ritmo do grupo, é um pouco à Pinto. Quando o grupo vai a recuperar é vê-lo passar e adiantar-se pouco a pouco gradualmente. Quando o grupo acelera é vê-lo ficar. Regula-se provavelmente pelos batimentos. Quando os dois lados acertam a velocidade acontecem coisas como a de hoje:

Com partida ás 8.40, restava-nos 50 minutos para chegar à Caridade para compromissos de índole divulgativos da modalidade. Instalou-se na frente e quando chegámos á ponte do Aldrabão, 26 kms depois, tinham passado 43,30 minutos o que dá, para os estatísticos, uma media de 36 (na verdade só há médias de 33, como já se provou). Acrescente-se um acumulado de 75 m. Nunca ninguém do grupo passou na ponte, antes dos 50 min. E nem se fala do vento lateral.

Mal tomou conta da cabeça do grupo a seguir às três ondas, começou no 17, em pedaleira grande e terminou no fim do carreto sempre em crescendo com um acelerar natural á medida que o relevo pedia, e só por duas vezes voltou atrás.

Factos:

Não houve grandes esticões e quando se deram ninguém respondeu de imediato mas só á vez.

Nem um só elemento se atrasou - mesmo o Pinto que não andava á meses – logo o que conta sempre não é dois ou três conseguirem, mas o grupo todo.

Vídeo a ser editado e atualizado peridicamente

publicado por Ubicikrista às 23:09

O futuro, que ninguém sabe o que é ou viu, às vezes anda atrás dos ciclistas e...ao lado, ao Pedro & herdºs

Há uns anos fomos subir a Serra da Estrela. Ao descer dos carros, para começar a subida, à saida da Covilhã, o Tiró Lenço que é de reguengos, grita horrorizado:

- Não abalem ainda, estou sem travões.

Nas serras estas ferraduras não fazem falta, mas para as cicloturisticas, como a de hoje, sim. Embora 20 minutos antes da partida tenha dado mais jeito a alguns ir em frente sem ter que travar para virar à esquerda (Pigeiro)

Não foi por Caridade, mas sim porque um amigo pediu, que fomos fazer vulto com todo o gosto. Foi assim nos Canaviais, na Graça do Divor e na de Borba, sempre que alguém - Gabriel Mauricio, Joaquim Miguel e agora o Cunha - quer divulgar o Cicloturismo. Gasta-se apenas mais um pouco de calços do que o habitual, em compensação poupa-se nos pedais.

Pensamento do dia: Se o tuga do D. Afonso Henrique não tivesse batido na mãe... habiamos sido campeones del mundo!

publicado por Ubicikrista às 16:26

18 de Maio de 2010

Chega uma idade em que a água de um bidão começa a ser insuficente, mas a bexiga em compensação enche mais rápida que um sprint do Ferro. È vê-los espalhados pela estrada à vez a aliviar a dita para não melindrar a "prósca"

 

publicado por Ubicikrista às 03:00

18 de Abril de 2010

Este inverno todo ele meteu agua. Tanto a generalidade do grupo Cliclotur de Évora como do grupo unidos da cadência estava (mal) preparado para resistir a andamentos de "intempéries". Ainda assim houve ameaças de vir aí "trovoada", uma ou outra nuvem negra e alguns "chuviscos", ou pelo menos tentativas de espevitar o tempo, mas a verdade é que no último km qualquer ciclista estava em condições temporais de provocar perturbações ou oscilações no clima. Resistindo às trombadas, ninguém foi apanhado pelo "mau tempo".

* sempre que um alentejano se deita, nas calmas, a pensar


publicado por Ubicikrista às 15:01

20 de Dezembro de 2009

O balanço anual corporiza-se numa pausa nas bicis para confortar a tripa. Para além de novos "alimentos", confirma-se mais uma vez: Natal é quando os homens quiserem...

Descontextualizado: substituir-se-á a câmara à Mário Crespo por fotos da contenda estomacal

publicado por Ubicikrista às 15:21

17 de Dezembro de 2009

"O gozo não está no conseguir, mas sim no tentar..."

O moço vinha com algum receio de não aguentar a parada, mas ... safou-se

em alta definição (HD) dando 2 cliques

publicado por Ubicikrista às 01:34

13 de Dezembro de 2009

Nas suas deambulações familiares pelas tasquinhas da terra do antigo vice-rei da Índia,  Vasco da Gama,  o politico recém-eleito, trauteou a coisa o percurso todo, coadjuvado pelo homenzinho das barbas, mesmo não passando de meio refrão...

publicado por Ubicikrista às 13:39

12 de Dezembro de 2009

Quando o timoneiro decide sobre a velocidade - não a de cruzeiro - do barco nas águas, arrasta consigo todo o tipo de marinheiros.

 

publicado por Ubicikrista às 20:03

18 de Outubro de 2009

Exibida a certidão de óbito com chancela pelo próprio punho,  a bagunça* da Caparica, após perecimento prematuro - morreu de infantilidade com 4 anos apenas - deixou escola. Não obstante a desordem, o andamento foi vivo.

3 regras básicas:

  • Quando não há bermas forma-se 2 filas - 1 puxa, outra resguarda-se

  • A 3ª fila ou lado esquerdo, é só para atacar

  • O traço contínuo não é berma

Facto: é só ciclistas de ataque

*confusão, desordem, balbúrdia, mistura desordenada, desarumação

 

publicado por Ubicikrista às 23:51

13 de Outubro de 2009

Grande aventura. Caparica será uma brincadeira de meninos.

PS: mesmo no deserto, Stop é para parar ... 2 vezes

 

 

publicado por Ubicikrista às 01:44

06 de Outubro de 2009

Pessoal vamos lá ver como nos vamos sair desta relação. Vocês dão os modelos e eu pinto-vos a casaca. Descansem lá que não é mandar as canetas do Pinto atacar. Dizia eu que vocês dão o corpinho e a roupinha, o cabelo já sabemos que é sempre o mesmo, e eu faço para que a moldura penal não se veja. Exemplo: quando o Serra se levantou do asfalto com aspeto de quem tinha metido a cara dentro de uma melancia, sabe que, comigo não irmão, ou como dizia o outro,jamais. Quem quiser ver sofrimento que ponha cá os pés - pleonasmos, s.f.f.  - ao vivo, em direto e na hora.

Parafraseando o meu pai, a melhor fotografia é a nossa memória.

Posto isto, venham de lá as criticas.

Sugestões para a coisa não ter tanto, encanto (até rima):

Num grupo pode ou não haver desalinhados? Não me refiro ás cores - uma vez a professora recusou-me um trabalho depois de me dizer: tens aí uma folha em branco e pinta qualquer coisa. Pintei a folha de preto.

PS: Até nem gastei muito lápis, mais de metade eram dedadas.

publicado por Ubicikrista às 22:23

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