Introdução
"Quando sou boa, sou muito boa, mas
quando sou má, sou ainda melhor"
Depois da experiência insatisfatória, para alguns, do Torcal, aguardávamos com alguma expectativa esta prova. O treino máximo que fizéramos rondara os 200 km e passava pela Amareleja, Alqueva e Viana. Alguns de nós quebrara-mos por altura dos 170 mas nesse dia estava um calor infernal.
Como havia condicionados pelos pontos [dois de nós tinham que terminar uma das provas, pelo ponto de atraso no Torcal], a estratégia antecipadamente decidida, foi de irmos com calma e se fosse mau de mais, desistiríamos e guardaríamos as forças para a prova do dia seguinte.
Momentos antes da partida, ao ver-mos aquele mar de gente lembrei-me logo dum patrício que ao entrar num restaurante, reclamou: «Não admira que ninguém venha aqui, está sempre cheio!»
Vamos ver se teremos peito para coronar três montanhas de 1ª categoria e uma de 2ª. Ficam desde já a saber que coronar é chegar lá acima ao topo, à coroa da montanha: uma coisa simples como resmungou Juan Carlos, o pai de uma das filhas mais feias de Península Ibérica, ao recusar-se a ser coroado oficialmente: «Gaita, uma coroa é apenas um chapéu que deixa passar a chuva».