01 de Outubro de 2009

RESCALDO

"Velhos ... são os trapos."

Histórico. Todos fizemos Prata na nossa primeira Quebraossos.

Mas para algumas pessoas, a história não passa de um relato de acontecimentos que não aconteceram, contado por alguém que não estava lá. Pois bem: os acontecimentos podem até não ter acontecido, mas nós sem dúvida estávamos lá.

Na primeira parte do Marie Blanque um dos  nossos ainda conseguiu fugir de todos com uma perna às costas - e não apenas ao Fisco, como toda a gente hoje em dia faz - mas os últimos 4 quilómetros morderam mais que os fox terriers do Aleixo.

É que subir não é questão de esteróides. Que ninguém nos oiça: que raio são esteróides? Aquela espécie de satélites? Não, meus queridos: isso são asteróides. Esteróides são umas drogas químicas que mimetizam as hormonas naturais e servem para multiplicar a massa muscular. Não, que disparate, o Zé Canelas da Barraca de Pau nunca os usou.

Com o esforço despendido até chegamos a ferver cá por dentro! Está bem abelha, dizem alguns, mas também há quem diga que, se efervescência resolvesse, o Alka-Seltzer não morria afogado constantemente! È que subir aquelas montanhas foi mais ou menos um dramalhão mexicano - só que verídico e sem siestas nem sombreros.

Ficou-nos, pelas montanhas, uma espécie de atracção fatal. Não, e não é aquela de um filme sobre um homem casado que dá uma facadinha no matrimónio e a queca vira enxaqueca, porque a amante tinha a faca na liga.

publicado por Ubicikrista às 14:10

Olá amigos, hoje é o dia seguinte.

O dia seguinte de um abandono anunciado.

Estive toda a semana passada constipado, e com o corpo que não parecia o meu, por momentos tive a sensação de que a mente era de um 'outro corpo'. Uma estranha sensação.

O dia anterior, ou Sexta, pela tarde acerquei-me de Sabiñánigo para recolher o dorsal, pois Barbastro está só a 100 km. Ali tive uma grande alegria, pois tive a sorte de poder falar um bocado com o nosso Eduardo, Eduardo Chozas 'in person'. Simpatia e amabilidade a rodos, creio que ele também se alegrou de falar com um barrigudo da CicloLista.

Pois bem, depois do paleio para a casinha, jantar de espaguete, copo de vinho tinto, e toca a dormir,... bom para a cama, porque dormi pouco. Uma coisa eram os nervos normais prévios a um grande acontecimento, outra coisa era o meu intestino que, como toda a semana prévia, estava 'revolvido, revolvido'.

Resultado, na manhã seguinte subindo de carro para Sabi, rebentamentos e 'correntes eléctricas' pelo baixo ventre como uma tempestade de verão.

Cheguei a Sabi às 7h, 20m. com mais moral que o Alcoyano, montei-me na bicicleta, vesti-me de 'faena', rodei 10 minutos, e às 8 h. na linha de partida.

IM-PRE-SSIO-NAN-TE, um ano mais, só para estar aí esses momentos vale a pena aproximar-se da Quebra (como disse Alix).

4.000 chalados, altos, baixos, velhos, jovens, barrigudos, estilizados, ... de toda Espanha, todos com a mesma ilusão, a verdade é que ficas com pele de galinha. Por alguma coisa estranha, sentes-te em sintonia com todas estas pessoas desconhecidas para ti. Gratificante como poucas pelas coisas que possas chegar a sentir.

Bem, à grana...

Foguete de saída às 8,29 h e aí acabam-se todos os males, nervos e dores. Com cuidado e arreando a besta.

As pernas ocas, com dores inlocalizáveis, pulsações a mil, a malta ultrapassava-me como as motos (antes de chegar a Jaca, falsas zonas planas - mas mesmo muito falsas - circulando a 45 km/h e o vácuo arrancava-me os autocolantes quando me ultrapassavam...incrível como ia o pessoal este ano).

Voltam as correntes eléctricas e rebentamentos no baixo ventre, o que me leva a pensar numa paragem rápida e urgente...

Não foi preciso, falso alarme.

Chego ao abastecimento de Somport, km 60, 2h 10 m. depois de coronar Somport com picadas e com o orgulho ferido, paro para encher os bidões com Aquaruis e ao pôr pé em terra... as pernas abanam como um pudim.

Sensações de debilidade em todo o corpo, frustrante, depois do que creio, tinha sido uma boa preparação para este dia.

A causa, ¿?..., não tenho nem ideia, ¿ O que é que decido? Pois claro, meia volta e casa, que ainda estou a tempo.

Frustração total, tristeza e desânimo.

Hoje com a mente e o corpo mas relaxado, tiro uma conclusão, há que treinar melhor (mais não posso).

Os apontamentos e os conselhos de Eduardo Chozas também me ajudaram.

publicado por Ubicikrista às 14:09

Olá a todos !!! Agora que tenho um tempinho vou contar-vos a minha primeira participação na Quebrantahuesos que espero repetir todos os anos sucessivamente. Sou um gordinho de fim de semana e o trabalho impede-me de sair a meio da semana. Juntando a isto, que no inverno não pude sair na bicicleta, levava a preparação um bocado atrasada. Comecei a sair em Abril e tive que intensificar os treinos nas três semanas anteriores, com saídas de longa distancia (mais de 150 km) e a meia da semana fazendo rolos. Assim, cheguei aqui com 2100 km de estrada e 1000 de rolos, um pouco à justa, mas como costumo andar mais que os outros, com mais ou menos quilómetros não é problema (deve ser porque tenho 26 anos). Passo a relatar-vos .....

Chego na sexta pela noite ao Hotel, com vontade de pilhar a cama, já que nessa semana por uma razão ou outra deitei-me sempre tarde e queria descansar. Assim, deixo tudo preparado, tomo um bom duche e quando me disponho a ir dormir dou conta de que as pessoas das outras habitações não devem ter sono, dado que através das paredes delgadas se ouvia o pessoal a falar, abrir e fechar portas, e na habitação contígua umas crianças correndo e gritando, os quais teria estrangulado com alguma câmara de ar.... por fim às 00:30 parece acalmar-se tudo e às 6:30 acordo para o pequeno almoço. Ás 7:30 vou recolher o dorsal, volto ao hotel e preparo-me. Ás 8:15 estava na partida com uma quantidade impressionante de ciclistas à frente. Dão a ordem de partida em menos de um foguete e pomo-nos em marcha. A longa fila é impressionante, algo me diz que se quero avançar posições vai-me custar muito, pois tenho que me ir esquivando dos mais lentos. Ao mudar para a pedaleira grande sai-me a corrente da rodinha traseira e faz um ruído, pelo que tenho que parar e metê-la com um desmonta, isto acontece-me 3 vezes em poucos quilómetros (depois já não aconteceria). Assim as 3 paragens sucessivas fazem-me perder muitas posições, tento prosseguir recuperando posições e como os grupos se vão fraccionando com o vento,  sou obrigado a ir saltando de grupo em grupo com o vento de caras. A estrada é plana, com algumas subiditas e descidas até que a uns quilómetros antes de Canfranc começa a empinar, o ventinho gelado arrefece-me demasiado as pernas (ando muito melhor com calor) e na subida de Somport noto que a velocidade a que subo, 15 ou 16 km/h, é muito baixa para o que deveria ser, devido decerto ao frio e ao vento. Assim decido ir andando sem forçar em excesso (por precaução). De todas as formas continuo a ultrapassar pessoal e chego ao cimo de Somport. Descemos por uma estrada, que, pelo que me contaram, não era habitual (por isso nos diplomas retiraram a todos 20 minutos) que estava cheia de terra e gravilha solta. Assim mais vale prevenir...... e mãos ao travão, mas no de trás nem pensar em lhe tocar nas curvas. Após 2 km de descida estava o abastecimento, paro para atestar de bebida isotónica e apanho alguma fruta. Procuro a bicicleta por onde a havia deixado, prosseguindo com a descida com bastante cuidado e vejo membros da organização com bandeiras indicando onde há mais perigo. Nesta questão, está bastante bem a organização. Pouco depois melhora a estrada e lanço-me mais alegremente até abaixo, e já no plano alcanço um grupo que se tinha formado e chegamos à curva onde começa a estrada até ao Marie Blanque. A temperatura tinha subido um pouco e faz com que eu vá mais à vontade. Como os primeiros quilómetros são bastante estendidos levo uma boa velocidade, continuo  a passar gente como posso pela estrada estreita. Quando faltam 4 quilómetros começa o mais difícil, apanho alguns da minha cor clubista (Zarabici) e converso um pouco com eles. Como vejo que tenho forças continuo para a frente. Ainda faltam os 2 últimos km que me custam a engolir um bocado, baixo o ritmo para não sobrecarregar muito os rins. 2 km mais abaixo, depois do cimo, encontra-se o abastecimento que não ignoro e depois até desço com vontade de mais subida. No plano junto-me com um grupito e aceleramos até às primeiras rampas, como estou de bom tom decido prosseguir num bom andamento e continuo a ultrapassar pessoal até ao seguinte abastecimento de Artouste, donde apanho mais bebida isotónica e algum pastelinho. Retomo a subida, e acho-a muito fácil até aos últimos 5 km, donde se torna mais custosa, então dou conta que levava um bidão daqueles grandes cheio de agua e que não lhe toquei durante todo o dia, e despejo-o. Levo um ritmo bastante irregular, até que nos últimos km alguém me pergunta se estou a fazer séries. Xexé!. Acabo a subida e começa a descida com umas curvas bastante largas, onde alcanço a máxima velocidade do dia 89.1 e para que não me falte nada, paro outra vez no abastecimento de Formigal (no total de todos os abastecimentos parei mais de 20 minutos) e continua-se a descer por uma estrada bastante estreita e complicada até que viramos à esquerda para apanhar a estrada até o alto de Hoz, que pelas suas duras rampas de 2 km, passamo-lo como podemos, eu e os do grupito em que ia metido, com o incomodo de um ou outro carro que se tinha metido por ali, apesar da estrada ter sido vedada ao transito automóvel. Alcançado o cimo, lançamo-nos até lá abaixo com certa precaução e uma vez na estrada principal reagrupamo-nos uns quantos e aceleramos até à meta, mas quanto ao grupo é um desastre total, já que ou se dão esticões ou ninguém puxa, até que por fim encaramos com a subida final e entregamos o dorsal. No final fiz um tempo de 7:52 ( 7:32 no diploma), pelo tempo gasto suponho que cheguei no mesmo grupo de Ramón, é pena que não nos conhecêssemos antes, eu ia com uma capa de vento tipo colete cinzento e verde. Claro que na meta me desfiz de todos os invólucros do que tinha comido. No final diverti-me bastante e fiquei com vontade de mais, assim no ano que vem volto com lugar marcado, além demais com a experiência deste ano é de tentar fazer um bom tempo no próximo.

Nem mais, um abraço a todosssss.

publicado por Ubicikrista às 14:08

Mas que bem que se “anda” pelos Pirineus !!!!!!!!! Mas nada comparado com o ano passado.

Começo a minha crónica:

Viajo na sexta desde Madrid até Saragoça, donde me esperam uns amigos e com eles subo até Sabiñánigo para levantar o dorsal e o resto.

Após um tumulto de pessoas e uma fila como as que se fazem no Iémen, deparo-me com o Eduardo Chozas. Acerco-me, cumprimento-o e pergunto-lhe se viu alguém da CicloLista. Eduardo disse-me que sim, mas não me sabe dizer quem.

Ao longe vejo que há fotos do ano passado. Tento encontrar-me, mas não me acho em nenhuma.

Bom, depois disto vamos jantar e dormir em Villanua.

O albergue onde estávamos instalados é bastante acolhedor. Já o conhecia do ano passado ao fazer cicloturismo com mochila. O único problema é que temos que dormir com outras pessoas. A nós tocou-nos dormir com dois Bascos, que dormiam emitindo ruídos pelo nariz, pelo que não pudémos dormir muito.

Enfim. Na manhã seguinte levantamo-nos às 6:30, tomamos o pequeno almoço e descemos para Sabiñánigo.

Na partida muita emoção e muitos nervos. Imaginem 4.000 pessoas contagiando-se mutuamente dos nervos. Por isso, quando soa o “foguetão” começas a ouvir uma avalanche de molas de encaixe, que vem desde a primeira linha de partida e se prolonga até ao final.

Parece que alguém grita!!! O ultimo é maricas!!!. Sai-se a todo o gás.

Entre Sabiñánigo e Jaca podem-se alcançar velocidades de mais de 40 quilómetros hora no plano. Parece que ninguém se lembra que todavia ainda faltam cerca de 200 quilómetros. Porém é o único terreno onde se pode fazer corridas na marcha.

Quando começamos a subir desde Jaca encontramo-nos com um vento de frente de tombar, e acentua-se quando passamos Villanua para começar a subir o Somport. Este ano fizeram uma variação no percurso e obrigaram-nos passar nos arredores de Candanchú.

Depois uma descida de 30 quilómetros intermináveis. Na primeira parte o chão estava cheio de gravilha, que a alguns obriga a travar e a outros até a caírem. Uma pessoa até se passa descer tantos quilómetros seguidos.

Mais tarde começámos a subir o Marie Blanque. Recordo-o do ano passado como uma montanha dolorosa, devido ao calor. A temperatura na base da montanha é agradável, e ainda está bastante nublado. Pouco a pouco e poupando-nos muito, avançamos até à parte durinha, donde podemos encontrar, a andar a pé, aqueles que não pensaram nas mudanças. Eu, com a minha pedaleira tripla e o 26 atrás subo confortávelmente sentado na parte de atrás de selim. Alguns pensarão que é um exagero, mas  movê-lo a mais de 65 pedaladas faz-te subir tal como um colchão de espuma.

Já na chegada ao abastecimento, no prado da descida de Marie Blanque, paro para comer alguma coisa, reencher os bidões e pôr os manguitos. Lanço-me a esgalhar pelo Marie Banque, com as suas pequenas curvas (o Faco gostaria bastante desta montanha) e chegamos ao plano, em que por sorte o vento sopra a favor.

Em menos de nada começamos a subir o Portalet. Ponho-me à vontade, tiro o capacete e ato-o ao guiador e começo a subir com toda a parcimónia deste mundo. O pessoal começa-me a ultrapassar como loucos. Depois com o meu andar de tartaruga viria a alcançar muitos deles.  A meio da montanha outro abastecimento, e depois uma zona bonita donde se abre o vale e podes admirar toda sua formosura. Nada se compara ao calvário do ano passado. Dá-me vontade de apertar um pouco mais e de subir mais rápido. Mas penso no que ainda falta e não me vou esgotar para nada. Por fim, vão passando os quilómetros e chegamos até ao cimo. Este ano temos o abastecimento em Formigal.

Descer o Portalet é um passo. É uma descida prolongada com curvas muito abertas. Tipo Navacerrada mas côncavo. Logrei atingir 85 por hora. Há pessoal que até ultrapassou isto, mas não sei como.
Bom, quando estou a descer mesmo a gosto, fazem-me sinais de que me meta à esquerda para entrar em Formigal. Atravesso a povoação sem parar no abastecimento e à saída encontro um par de cabeços que me fizeram recordar os pais dos tipos da organização.

Bom, incorporamo-nos de novo à estrada e voltamos a meter à esquerda para subir até Hoz. Não é uma montanha muito exagerada em relação ao que já subimos, mas as pernas vão pesando. Hoz faz-se como se pode e começamos a descida a esbarrondar até Sabiñánigo. Por sorte temos o vento a favor, com o qual se rola a todo o gás. Mais ainda se vais com algum grupito de tipo canhão.

Após uma longa zona plana entramos na meta. Claro que a chegada está numa subida pelo que a entrada às vezes é até espectacular. Todo o mundo com a pedaleira grande metida e sprintando como se nos fossem a bater por detrás.

É muito emocionante entrar quando toda a gente te está a aplaudir. A mim escapou-se-me alguma lagrimita. Só me aconteceu ter sido assim recebido em duas vezes, uma nos Lagos este ano, e outra na Quebrantahuesos do ano passado.

Já na meta olho o cronómetro vejo que realizei 9:36 minutos. Não está mal, mas no próximo ano de certeza que faço prata. Quando vou recolher o diploma e a medalha, comunicam-me que nos descontaram 20 minutos devido ao desvio de Formigal. Assim totalizei 9:16. Justamente uma hora menos do que o ano passado.

Sendo assim muito bem, muito bem, muito bem mesmo.....

Depois para a coisa ficar completa, encontro uma foto que me fizeram que vale 300 pesetas, na qual fiquei muito giro coroando o Marie Blanque. Muito giro porque parece que não estou tão gordo como nas fotos que o Faco faz. Assim sendo, claro que a comprei e tenho-a aqui em casa.

Para mais enfeite, vou a um bar tomar umas canhas com um amigo de Saragoça e aparece o Eduardo Chozas com o seu filho. Senta-se o meu lado, começamos a falar da marcha e convida-nos a outra ronda.

Para que saibam, o Eduardo na actualidade é um cicloturista mais. Sabe muito mais que nós, mas pode-se falar muito bem com ele. É um tipo de homem com que gostaria de me cruzar mais de uma vez, e não tão só por a canhas [Credo! Não há modo de «arreglar» a frase].

É uma companhia muito grata.....

Isto é tudo amigos !!!!!.

Vamos ver se para a próxima QH nos divertimos mais.......

publicado por Ubicikrista às 14:07

Passou quase uma semana e todavia não me saiu o sorriso de satisfação da cara, pelo objectivo cumprido de ter acabado a Quebrantahuesos 99. Se me tivessem dito aqui à três anos, quando para mim era uma façanha ver três algarismos no conta quilómetros, que viria a ser capaz de enfrentar mais de 200 quilómetros com três montanhaços, teria pensado que me estavam a gozar.

Não me vou alongar muito porque ando muito mal de tempo. Estou a preparar uma tese e não tenho tempo nem de ler as mensagens (tenho mais de 200 pendentes para ler), assim saltarei a parte social, que já foi relatada pelo Ramón (a quem agradeço extremamente os conselhos dados, que me foram de grande utilidade para levar a bom porto a Marcha) e os aspectos que já foram comentados pelos demais participantes, e para não ser repetitivo.

A impressão geral depois de ter chegado ao fim, é de que a Quebrantahuesos pelo direito que lhe assiste é "a nata da nata" do cicloturismo, e diria que até do ciclodesportismo espanhol. Como disse o Angel, daqui ou se sai maricas ou último. Fui ultrapassado por tipos e pelotões durante a primeira hora de corrida que iam como se fossem fazer um percurso de 50 quilómetros, não obstante ter na 1ª hora sacado uma media de 33.

O resto do percurso passei-o a ultrapassar pessoas, o que me leva a concluir de que há muitos que começam a corrida por cima das suas possibilidades.

A beleza do percurso é digna de destacar. O Marie Blanque é difícil, mas com o meu 39 x 26 pude toureá-lo [no original: "capear lo"] com êxito. Isto porque a foto que me fizeram foi um barrete lamentável, toda sumida, nem vos digo que me a ofereceram. Pareceu especialmente bela a paisagem de Portalet,  e lanço-me no propósito de voltar como turista para desfrutar de tão estupendo local.

Fui toda a etapa com a intenção de que tinha possibilidades de entrar em tempo de medalha de ouro, mas como não tinha referencias, ao contrario da maioria, por ser a primeira vez que participava, não tive claro, até quase ao final, as possibilidades que pensava ter.

Aguentei muito bem a quilometragem e as montanhas, incluindo a pontinha do cabeço de Hoz; mas quando chegamos ao cartaz que indicava 3 quilómetros para o final, num grupo de uns 50 tipos, sofro contraturas nas duas pernas à vez, e tive que baixar o ritmo deixando escapar todo o grupelho. Deu-me uma raiva tão grande, porque segundo os meus cálculos ia muito à justa para poder entrar em tempo de medalha de ouro. Tinha que chegar antes das 16'25 e cheguei às 16'29 com a qual acabei contente mas com uma pequena frustração por ter perdido a oportunidade de sacar o Ouro tão só por 4 minutos.

Afinal, como já foi comentado bonificaram-nos em 20 minutos, e o meu tempo oficial foi de 7H 39' com o qual em vez de me faltarem 4 minutos, sobraram-me 16 para conseguir a medalha de ouro. Não queria acreditar, estava exultante. A minha primeira participação na Quebrantahuesos e  tinha conseguido o objectivo com bónus.

Para finalizar, seria injusto não dedicar um espaço à Organização. Exemplar em todos os aspectos. Os abastecimentos fenomenais, tanto em quantidade como em qualidade, como em organização. A sinalização perfeita. A assistência sensacional. Pareceu-me incrível como puderam controlar uma Marcha de quase 4000 tipos sem que fosse um caos organizativo. CHAPÉU para os membros de Edelweiss.

Eu! Pois no final da mini crónica, nada mais tenho a acrescentar. Mas é que voltar a recordar a jornada de sábado 19 de Junho de 1999, produz-me uma emoção difícil de dissimular.

Recomendo àqueles que possam permitir-se o luxo (para mim é) de se prepararem e treinarem, para enfrentar semelhante percurso, que o façam. A satisfação de objectivo cumprido é indescritível.

Saúdo todos e felizes pedaladas.

publicado por Ubicikrista às 14:06

Olá a todos:

o ano passado tive que me retirar desidratado, mas disse que voltaria para tentar conseguir uma medalha de ouro na Quebratahuesos, que é para mim a marcha cicloturista mais emblemática das que se celebram em Espanha. Dito e feito… Bom, não tão fácil: em primeiro lugar quase não baixei o pistão durante o inverno, já que me dediquei a correr a pé; em segundo lugar espetei-me previamente varias sovas para chegar lá com a base necessária (4.750 km. acumulados).

A verdade é que aos meus 41 anos e tendo família e duas cadelas, tenho que lhe dar atenção e assistência. Tanta dedicação foi difícil, mas mereceu a pena. Sobretudo porque uma vez mais a prática do desporto deu-me uma lição humana: se tens um objectivo nunca o abandones, ainda que tenhas que começar de novo. Aprende com a experiência, altera a tua preparação e tenta de novo. Se no final alcanças o teu objectivo, a satisfação pessoal é tanto maior quanto mais difícil tenha sido o caminho.

Bom menos conversa e vamos com a crónica.

Na sexta-feira o ambiente em Sabiñánigo na hora de me inscrever, era o mesmo de todos os anos: Impressionante. A quantidade de gente que se sente atraída por esta marcha, e a preparação de que todo o mundo faz gala, é digna de menção, assim como dos recursos que a organização põe em jogo para que tudo saia bem. Por isso às 9 da noite lá estava a recolher o meu dorsal e acto seguido fui para Jaca, onde tínhamos reservado o hotel (desde fevereiro) e onde fiquei de me encontrar com Javichu, um dos ciclolisteros pioneiro. Depois do jantar juntámo-nos para tomar uns refrescos de mentol e comentar a jornada do dia seguinte. De seguida fomos para a cama descansar e fiscalizar as armas.

O sábado amanheceu perfeito: sol, vento nas calmas e temperatura agradável. Eu estava na linha de partida às 8 em ponto, com tempo suficiente para não ficar demasiado atrás. Já nessa altura a fila ia a 25 mts da grade de partida. Conversando com outros participantes que estavam à minha volta, a longa meia hora passou, assim como os nervos dos minutos prévios ao chupão da saída. Nesses momentos é inevitável pensar se depois de tanta preparação teremos um dia de sorte ou não.

Bom, soa o foguete e lá vamos um ano mais a mil à hora, cruzando as ruas de Sabiñánigo, com toda a povoação e os acompanhantes colocados nos passeios, aplaudindo e animando os 4.000 ciclistas que tinham invadido a calçada.

De seguida estabilizam-se as minhas pulsações e verifico que estou num grande grupo, bastante perto do pelotão da frente, rodando a 40 ou 45 km/h a caminho de Jaca. Produz-se um corte e perco o pelotão da frente, mas passo para a frente e começo a acelerar, rapidamente entram à vez quatro ou cinco participantes mais, e entre todos vamo-nos revezando num grupo de umas vinte unidades. Após e não pouco esforço, colamos de novo ao pelotão da frente, logo a seguir a Jaca. Ufa…tenho a sensação de que me passei, então instalo-me comodamente na roda e decido não dar nem uma só pedalada a mais de momento. A estrada já empina e vamos a 35 km/h, o qual, para já, é mais que suficiente para mim.

Por alturas de Canfranc o vento começa a soprar de frente e com bastante força, embora no meio do grupo não provoque demasiado dano, se tivesse passado por aqui sozinho talvez se tornasse realmente penoso.

A montanha de Somport subo-a a um ritmo bastante vivo. Esta montanha vem mesmo a meu gosto, porque é alongada. Quem lê as minhas crónicas já sabe que não sou trepador como Faco ou Javichu…, nem mais ou menos. Este ano notei a falta dos soldados do quartel de Rioseta, em formação de passo na estrada a animar a marcha; suponho que estariam em manobras ou algo assim, porque são uma instituição.

Entrámos na estação de esqui de Candanchú por motivos publicitários, mas esta mudança de  percurso fica bastante bem, já que a estrada é mais bonita por aqui, o mesmo não acontece com o desvio até Sallent de Gachego desde Formigal, que não gostei nada e sobre a qual ouvi muitas críticas.

Na descida de Somport pelo lado francês a estrada está miserável. Relembro mentalmente os gendarmes franceses e constato que levo bebida e comida suficiente para chegar até o abastecimento do Marie Blanque, assim, só paro para vestir a capa e lanço-me vale abaixo a caminho de Escot. Espera-me uma descida de quase 40 km, das tais que acabamos cansados de tanto descer, curvar e subir.

Quando cheguei à zona dos escorregas que estão no final da descida decidi despir a capa de plástico em andamento, mas hoje levo uma camisola nova e não estou muito hábil na hora de a meter no bolso, tanto é que a deixo cair e tenho que parar para a recolher, na qual perco mais tempo do que se tivesse parado, tal como a prudência indica… de mal a menos que os que vinham atrás de mim em grupo foram rápidos na hora de se desviarem.

De seguida apanho outro grupo e chego com ele a Escot, onde começa a subida mais difícil: o Col de Marie Blanque, que nos recebe envolto em nuvens e com bastante frio. Esta montanha é a chave da Quebrantahuesos: se a consegues passar, o restante é questão de paciência; se chegas lá acima esgotado, no Portalet morres. É uma montanha muito traiçoeira, já que os primeiros 4 km. só têm subida, mas os quatro últimos são uma autentica parede, sem nenhum descanso e com inclinações que em nenhum momento baixam dos 10%, alcançando 14% nalgumas rampas. Quanto vejo o cartaz dos 4 km para o cimo da montanha reduzo para (38x27) acomodo-me na parte de trás do selim e vou ganhando altura. A fisionomia da subida é a típica das encostas que se alongam paralelas ao sentido do vale, sem curvas em arco, apenas uma longa recta que se perde entre as arvores. Vou alternado o pedalar sentado com as partes mais empinadas em que as faço de pé. Controlando, e não querendo saber se ultrapasso ou se me ultrapassam, dependente das minhas sensações e do pulsómetro, que em nenhum momento desceu das 170 ppm. e sem excessivo sofrimento, chego lá acima bastante bem, o suficiente para compor a minha figura nos últimos metros e posar para a foto que me fez o fotógrafo da prova no momento de passar no alto da montanha.

No abastecimento que se encontra na descida, paro para repor forças na minha despensa. Bebo Aquarius, como fruta e sanduíches, encho os bolsos e os bidões, e continuo a descida até Laruns. Nos 10 kms de recta que precedem esta localidade formamos um grupinho na qual todos entram à vez a puxar, o que nos permite avançar bastante depressa.

Laruns é um paraíso para os ciclistas, acima da cidade há uma rotunda, em que já fiz uma foto aqui à uns tempos atrás, antes de subir o Obisque e nela pode-se ver os seguintes indicadores: para Portalet 27 km, para Obisque 17 km (depois encontra-se Sóur, Hutacan e o Tourmalet), para Marie Blanque 18 km.

Aqui começa a ascensão a Portalet, para o qual temos que nos armar de paciência, 27 quilómetros de montanha que te dá tempo suficiente para te aborreceres, te animares, passares mal, te recuperares… o que queiras. A partir daqui o fundo de reservas é fundamental, eu subi muito bem, comecei com um grupo que subia bastante ágil e que foi descolando ao longo da ascensão, e cheguei sozinho ao cimo, tendo subido de tudo de seguida, sem parar em nenhum dos abastecimentos.

Lá no alto está um cartaz que reza: QUEBRANTAHUESOS Km 150, assim pois, faltam 55 km. até à meta. E bonita casualidade: há um Quebrantahuesos num avião voando em círculos sobre os prados do Midi de Osau.

Observo o cronometro e faço contas: levo 6 h. 35' desde a partida, sendo assim falta-me 1h. 10' para completar  55 km. dentro do tempo de medalha de ouro. O suficiente, contando que a única dificuldade que falta são os 2 kms de Hoz, e que a descida de Portalet é vertiginosa. Subo os manguitos e lanço-me de caixão à cova. Chego a ver 83 km/h no conta km. vou à procura do abastecimento, já que fiquei sem agua e começo a sentir fome.

Por alturas de Formigal: bandeiras vermelhas da Organização... Desvio na estação de esqui e descida por uma estradinha secundaria que acabava com uma subida….Grande susto, perdi demasiado tempo, já que cheio de confiança tinha parado no abastecimento. Lanço cobras e lagartos contra a Organização. Numa marcha como esta não se pode alterar o percurso clássico sem mais nem menos, as pessoas que iam no meu grupo estavam com um grande melão.

Enfim, retomo a descida, já cardíaco total e dependente do cronómetro. O alto de Hoz subo-o num suspiro, gastando já as últimas energias. Quando regressámos à estrada principal faço contas: 7h 40'… faltam-me 15 '  sendo assim, a tope.

Rapidamente organiza-se um grupo de umas 15 unidades, mas não obstante pedirmos colaboração varias vezes, só 4 é que puxamos. Por estas alturas, depois de 190 km. a malta já vai morta.

Cartaz de 5 km. para a meta, faltam-me 10', último esforço 4km., 3 km…. Parte-se o grupo e continuamos para diante os quatro que puxávamos…2 km…Pano do último km…a dar tudo…que nem um átomo de energia.

Na subida que conduz à praça onde está a meta sprintámos com tudo o que nos resta. As pessoas da assistência junto às grades do passeio e ao longo de toda esta subida aplaudem… Cruzo a meta às 16:22, isto é, sobraram-me 3'.

Objectivo conseguido, QUEBRANTAHUESOS DE OURO, no diploma figura um tempo de 7:32, significa que a organização deu 20', não sei se pelo tempo que se perde na partida, ou pela alteração do percurso. Este tempo extra foi dado a todos os que perguntei.

Subi até Jaca para um duche, mais contente que umas castanholas, até que escuto pela radio a triste noticia do falecimento de Manuel Sanromá, recém vencedor de 4 etapas na Volta ao Alentejo. Descanse em paz.

Quando desço, para ir buscar a medalha e o diploma, tenho o prazer de cumprimentar o Eduardo Chozas, que por simpatia me dedica uns minutos de conversa no meio de toda a barafunda que tinha à sua volta com a entrega dos trofeus.

Já de noite e com a minha mulher, juntámo-nos com Javichu e a sua família. Também tinha feito Ouro. Os dois coincidimos em que quiçá não voltamos a esta marcha, já que a sua preparação necessita muita dedicação, mas não haja duvidas é a melhor de todas.

Saúde e sorte nas estradas.

publicado por Ubicikrista às 14:05

publicado por Ubicikrista às 14:04

PERFIL DA PROVA

A saída será às 8:30 (7:30 em Portugal) da manhã na avenida de Huesca, no centro da localidade Oscense de Sabiñánigo. Esta marcha é sem dúvida a rainha do Circuito e do cicloturismo espanhol. Quebrantahuessos converteu-se num nome mítico para os amantes do cicloturismo, um encontro obrigatório para quem queira doutorar-se em ciclismo, já que deverá superar um repto digno e igual ao Tour de França. O seu percurso, duro mas atractivo e em pleno Pirenéus, a sua admirável organização e o ambiente que nela se respira, convertem-na na melhor marcha e na mais esperada por todos os cicloturistas.

No ano passado (2008) foram quase 4000 mil os participantes numa das edições mais duras que há memória devido à onda de calor que os esperava. Noutros anos foi o frio e a neve que dificultou o já de si difícil traçado. Muitos cicloturistas justificam a sua temporada com “culminar" uma boa actuação na QuebraOssos para poder contar que um dia subiram numa mesma jornada o pico de Somport, Marie Blanque, Portalet e Hoz. Costuma-se dizer que até ao cimo de Somport, dentro do possível, chega-se bem, as pernas estão relativamente frescas e a vontade (ânimo) é muita...

Se houver alguém que todavia não conheça o traçado da Quebrantahuessos e tem em mente acudir no próximo dia 19 de junho (de 1999) a Sabiñánigo há que dizer que nos 205 km se enfrentará com 4 montanhas. O primeiro, El Somport, não possui grandes dificuldades, são 16 km de rampas com um desnível médio de cerca de 5%. Os organizadores calculam um tempo entre 50 a 60 minutos para esta ascensão até aos 1.632 metros de altitude.

Talvez o mais complicado seja circular num pelotão até se darem os primeiros cortes. Após passar a fronteira com a França lá no alto e depois de uma larga descida e rectas, começa a montanha mais complicada do dia, o Col de La Marie Blanque (semelhante ao Torcal mas sem a recta).

São uns 9 km no total mas os 4 últimos valem por muitas outras montanhas já que tem um desnível médio de cerca de 12 % e são várias as paredes com 15%. De novo se calcula entre 50 e 60 minutos para levar a cabo esta duríssima ascensão. Resta dizer que à que levar um carreto com dentes leves, já que além da dureza deste pico há que ter em conta que todavia nos faltam quase 100 km até à meta e com outras subidas pelo caminho, e o primeiro pensamento que passa pela cabeça da maioria dos participantes é “que faço eu aqui? Se todavia falta metade".

Após completar o Marie Blanque, desceremos (sem duvida para muitos, descer custa mais que subir, e, grande erro, a palavra descenso pode ser confundida com descanso, e decerto que esse relaxar se paga) até ao vale, para nos aproximar-mos do povoado de Laruns e iniciar o Col del Portalet.

As sua rampas não são em geral muito duras, mas no total são 29 km a subir, com um desnível médio de 4,4%, o que supõe mais de 2 horas de ascensão para a maioria dos participantes e entre 1 hora e 1 h 45 m para os melhores. Isto faz com que seja fácil apanhar com uma boa “pássara” nesta parte da marcha, pelo que é essencial ter comido bem antes de começar a subida e ter feito uma paragem no abastecimento da zona plana de Artouste, a metade da subida.

Já no alto, cruzamos de novo a fronteira para iniciar uma fácil descida até ao cruzamento que nos conduz à ultima dificuldade do dia, a curta mas difícil subida ao Alto de Hoz que é uma aldeia que tem 2 km. de subida com um desnível de 10 %, sendo o tempo aproximado de subida de 15 a 20 minutos.

 

Por fim, após alcançado, só nos resta deslizar para chegar à animada linha de meta e poder relaxar-nos com uma reparadora massagem, além de outras comodidades, um prato de macarrão e uma entretida conversa com os nossos companheiros.

 

Se és dos que gostam de dar gáspea, a Quebrantahuessos permite explorar a tope as tuas prestações desportivas. Se preferes rodar mais tranquilo o objectivo deve ser simplesmente completar o percurso. Seja qual for a tua preferencia não sairás defraudado de Sabiñánigo. Desfrutarás.

publicado por Ubicikrista às 14:02

Introdução

"Quando sou boa, sou muito boa, mas

quando sou má, sou ainda melhor"

Depois da experiência insatisfatória, para alguns, do Torcal, aguardávamos com alguma expectativa esta prova. O treino máximo que fizéramos rondara os 200 km e passava pela Amareleja, Alqueva e Viana. Alguns de nós quebrara-mos por altura dos 170 mas nesse dia estava um calor infernal.

Como havia condicionados pelos pontos [dois de nós tinham que terminar uma das provas, pelo ponto de atraso no Torcal], a estratégia antecipadamente decidida, foi de irmos com calma e se fosse mau de mais, desistiríamos e guardaríamos as forças para a prova do dia seguinte.

Momentos antes da partida, ao ver-mos aquele mar de gente lembrei-me logo dum patrício que ao entrar num restaurante, reclamou: «Não admira que ninguém venha aqui, está sempre cheio!»

Vamos ver se teremos peito para coronar três montanhas de 1ª categoria e uma de 2ª. Ficam desde já a saber que coronar é chegar lá acima ao topo, à coroa da montanha: uma coisa simples como resmungou Juan Carlos, o pai de uma das filhas mais feias de Península Ibérica, ao recusar-se a ser coroado oficialmente: «Gaita, uma coroa é apenas um chapéu que deixa passar a chuva».

publicado por Ubicikrista às 14:01

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