20 de Julho de 2014

Ao balcão do Reg.Civil: Quero alterar a morada!

Tem cartão de cidadã? Não é preciso sou

 acompanhante, vim com o meu marido

Há quem leve os filhos, há quem leve as mulheres, perdão a mulher (porque a bigamia é penalizante: são 2 sogras). Há quem traga ambas, mau, lá voltamos ao mesmo. Continuando. É melhor dizer, há quem traga mulher e filhos. Mas trazer mais de 100 quilos atrás, como o inácio XL, é tortura - agora vão ter de se apeitar com ele. Quem passa pela serra, qualquer subida os domingos é a descer.

Tortura também é deixar uma sra 2 dias sem um centro comercial por perto; passar 2 dias a comer broa do fiel amigo; ou 3 horas para um check-in do quarto e restaurante; mas 4 horas para encher uma piscina, é judiar os putos; já 1 hora a bater o dente no alto da torre, é tremendo. Finalmente tortura é tentar encaixar os pés de ladeira acima. Desde logo testemunhas garantiram que foi o único a sair de empurrão. Perante provas concludentes o sócio ausente, pronunciou-se:

- Agora o nosso ator preferido é o Mel Gibson

Mas há mais quem dissesse:

emplastro – bós ciclistas, sois com´ó binho, de estalo (porque á chapada, dizemos nós, só ele)

gonçalo – o sr gosta de ciclismo? então voilá

marques – ca granda confusão de contas

rosado – há dias que não tenho assento, e ainda não comecei a subir

maria - tanta coisa com a agua, afinal é igual à da costa

daniel – miguel, não me moas

mena - hoje não me apanham, vou para as torradas

tó alves – se começar a treinar açaimes, para o ano vou com vocês

pasteleira - não são d´hoje? então são 12,50

miguel - podia muito bem atacar agora

diogo – ir á torre outra vez? Ah, de carro. É já

laura – e eu pronta para lhe dar uma esfrega

ribeiro  - não vi cá cruzamento nenhum

miguel – enregelaram-se-me os braços e vim-me à rasca para travar  

rosado - antes: as chaves estão na mala. Depois: ninguém toca nas chaves

jacinto – sinto-me nas nuvens, não desço delas

Ps: os br-engenheiros, autorizaram a vistoria:

publicado por Ubicikrista às 18:36

13 de Julho de 2014

Quando a moça da beira da estrada viu o cliente baixar-se para desatacar

 as botifarras no meio da mata, assustou-se com a sua corpulência

 e fugiu. Apanhado agachado naquela posição este pensou para si:

 - Olha, já agora obro!

Já me tinham dito que, se ia subir a serra, era melhor arranjar um aparelho daqueles que possuísse Grande Precisão a Subir e que medisse pelo menos a velocidade, a pulsação, a temperatura e o local por onde andava. O que daria jeito lá em casa pois poria fim a um monte de fezes Podiam-me vigiar sem ter que andar atrás de mim. O que são as coisas. Em miúdo a minha mãe para saber onde eu andava punha-me um guizo pendurado no chapéu de palha e sabia sempre onde eu andava. Quando não ouvia a bolinha a bater durante algum tempo costumava gritar-me os dois primeiros nomes que eu deixava imediatamente a maldade que estava a fazer e procurava outra.

Quanto à temperatura, encostava-me a costa da mão à testa e sabia se eu tinha febre ou não. Mas era mais as vezes que se servia do outro lado da mão, após saber dessas maldades. Quando desconfiava que podia ser febre lá me enfiava o termómetro no canto da boca e delicadamente com voz seca, soltava:

- Não te mexas.

Nunca gostei desta prática de medir a febre. Desconfio que aquele mini termómetro era o mesmo que apareceu lá por casa quando nasceu o meu irmão mais novo. E digo desconfio, porque pareceu-me vê-lo algumas vezes deitado no berço com ele enfiado no rabo.

Quanto á velocidade, abaixo dos dois dígitos e a subir, dever-se-ia chamar, sei lá, imobilidade? É que a bezerra da ti xika, quando ia ao bebedouro, andava mais depressa que eu a subir uma serra. Ouvia muitas vezes na escola que são 5 km empinados e demorava uma hora. Só não aprendi a resposta, porque a professora feita parva, queria saber a velocidade e nunca dizia se era a do animal ou da gente, se a descer ou a subir, ou se era ida e volta. Já veem, o bicho tem quatro patas, enquanto nós...

Não sei como é que este aparelho moderno consegue fazer cálculos tão complicados, mesmo quando a rede desaparece - entre a zona do túnel e a santinha -, para nos dizer no momento a que velocidade vamos. Um espanto. Se tiverem um, se calhar é melhor não trazerem a bezerra para não atrapalharem o bicho, perdão o aparelho, que ainda é novo e a estrear. A professora, essa ao menos não queria as contas feitas de imediato, dava-nos pelo menos um dia, quando não calhava a um fim de semana. Acho que da próxima vez tenho que contratar um dos BR Engenheiros para me filmar e o filme dizer a velocidade a que vou. Se for tão baixa, tragam-me uma esqueloteira de café para beber, que era o que a minha avó fazia quando não sentia o pulso. Se ajuda a subir o pulso, também deve ajudar a subir o rabo - que também pertence ao corpo.

Abaixo no gráfico podem ver-se os pontos importantes (os chamados picos de forma) que são os fontanários de onde jorrava água fresquinha e todos eles de paragem obrigatória. A vermelho e roxo ou cerise, desculpem afinal é fúncsia, são as cerejeiras que não localizo propositadamente senão quando lá voltar chapéu, só deve estar a àrvem. A invisível são as figueiras…

Saibam que entre as muitas aplicações, lá me decidi por um se trava. Comprei este aparelho porque durante anos usei sempre um que tinha um fio desde o meio do garfo até ao aparelho no volante, o que era uma chatice quando se queria limpar a bicicleta, e decidi-me porque me disseram que com este não era preciso o fio, que ele estava ligado ao satélite e como tal não precisava do fio. Desconfiei mas mesmo assim afiambrei-me logo com ele e fiquei a ver a instalarem-no até funcionar.

Isto é magia pura ou um grande truque. Como é que isto está ligado ao satélite e não se vê o fio em lado nenhum. Calei-me bem caladinho mas pensei cá para mim se está ligado ao satélite quando for a subir é capaz de ajudar um bocado.

Mas a marca é que me atraiu, porque tenho medo das descidas e com o passar dos anos tenho esse receio de nem sempre me conseguir lembrar onde estão os travões. Então este se trava, eu paro, aproveito e bebo mais uma pinga de água em cada fonte. Além disso, um pouco de descanso ao aparelho não lhe ficará nada mal para processar melhor os dados. Não acreditam? Experimentem fazer contas de cabeça à velocidade quer iriam se viessem a descer,, enquanto sobem uma serra.

publicado por Ubicikrista às 16:59

06 de Julho de 2014

Desde que se soube que CR7 adquiriu um aparelho caseiro de criosauna de 45 mil euros para reduzir a a taxa metabólica (cansaço) e melhorar a circulação sanguínea (manter a boa forma), que a coisa se tornou obsessiva entre os desportistas:

      *     há quem faça 700 km (ida e volta) para aproveitar esta técnica num lago artificial, e poder

            beneficiar deste recuperador de pernas natural, uma espécie de “mesinha caseira” dos pobres
       *     comprovou-se também que uma piscina pode demorar 2 horas a encher, mas obrigatoriamente

              (leis da física) levará metade a esvaziar
       *     um percurso pode durar 5 horas a fazer, mas se durar 7 também se faz
       *     atalhos mais curtos pelo lado mais difícil podem dar-nos avanços de ½ hora
       *     o bacalhau de broa é como subir à torre, há varias maneiras de se fazer
       *     as árvores carregadas de cerejas são como as curvas da serra, nunca mais acabam

Rescaldo

17 atletas (caganeirosos e dietistas também contam)

6 filhos (o gonçalo também é, não deveria pagar)

8 esposas (a vantagem do isolamento entre montanhas)

Ps: para mais informações consultar:

o perigo de ir e voltar no mesmo dia

o mesmo de hoje mas noutros anos

publicado por Ubicikrista às 22:05

24 de Julho de 2011

FICÇÃO

Lá vinham eles (ele e ela) de novo para a serra, tentando apagar a má imagem do ano anterior e só esclarecida na véspera. Desta vez concordaram em vir com o grupo de madrugada e não um dia antes em carro próprio e dormida. Juntaram-se ambos com outro casal e outro ciclista para preencherem os cinco lugares disponíveis, além dos três restantes no tejadilho, mas esses a serem ocupados pelas bicicletas. Como não há centros comerciais na zona ela concordara almoçar com o grupo depois de dar uma volta pela serra com a outra companheira enquanto eles não voltassem da sua odisseia. Tentariam assim regressar ao lar ainda com luz do dia, após o repasto. Para lá, tal como no ano anterior, conduzira ele. Para cá como sempre conduzia ela, pois ele decerto como sempre acumularia o eventual excesso de bebida do almoço com o inevitável esforço das subidas.

Não fora assim no ano anterior, ao decidirem ir de véspera e ficarem num hotel de Seia com jantar tardio, pois o trabalho de ambos só os libertara depois das cinco e meia, mais a viagem longa. Ela quando se acabou de arranjar e regressou ao quarto encontrou-o na cama já a dormir. Ainda o tentou acordar, em vão. Lá se fora a noite romântica que ela tão bem planeara na Internet dias antes. Daqui em diante ela resumiria este facto a uma questão de gosto (amor):

- Já não me amas!

E trazia à baila o assunto daquele dia nos momentos íntimos ao longo dos outros 364 do ano. Ele ouvia e não dando demasiada importância ao caso raramente se defendia, porque para ele apenas adormecera. Ela insistia e ele uma ou outra vez lá referia a dureza dos treinos dos dias anteriores acumulada com a viagem e de como o sol a bater de lado o cansara devido à avaria da pala, isto numa semana carregada de pressão no emprego com a chegada de um novo chefe.

Quando a oportunidade espreitava, lá surgia ela com a tal frase rebatida. Um dia ao referir mais uma vez que se gostasse dela não se teria deixado dormir, foi um pouco mais longe ao mencionar que ele nem reparara que levara com ela um body, ao que ele retorquiu com alguma rudeza, Que esperava que dele (do bode) tivesse feito bom proveito. Mas ela nem ligou à resposta e voltaria mais vezes ao mesmo, até que no dia anterior à nova viagem ele achou que era de mais e exasperou-se:

- Já não te amo? Deves-te lembrar do ano passado no regresso durante a noite te ter colocado a mão por cima do ombro à saída do Fundão enquanto conduzias. Calculo que pensaste que era para me desculpar da noite anterior, mas foi apenas para te abanar e acordar sem sobressaltos, porque ias a dormir ao volante. E só porque adormeceste é por isso que me amas menos? Dizes-me que não é a mesma coisa, que não tem nada a ver, que só passaste pelas brasas, que só fechaste os olhos por um momento. Então eu repito: só porque te deixaste dormir com o carro a 90 km/h será que também já não me amas? E os teus pais que vinham no banco detrás, presumo que também já não gostas deles.

Ao gabriel pela ousadia e ao

 rosado pela anual teimosia

publicado por Ubicikrista às 22:20

18 de Julho de 2011

FISGADA

Passou aqui um ciclista tão rápido que parecia levar um foguete no rabo,

in popular

Se analisarmos esta e outras expressões concluímos que há sempre uma oposta. Vai uma aposta: O ciclista passou mais lento que um caracol. Outras: Decidi ir e nem pensei duas vezes. Outros dirão: Decidi pensar duas vezes e não fui. Esta é racional, a outra imprudente. Num aparte: estes ditados populares têm cada uma. Porquê não pensar duas vezes, não bastava (não pensar) uma? Mais lógico será os que não vão à primeira nem à segunda (e como não há duas sem três, não irão à quarta, nem no resto da semana). Pôr água na fervura, por exemplo, sempre foi apanágio de muitos, mas nada se compara a pôr o dedo na ferida. Se uma é apaziguar, a outra é espicaçar. Espicacemos.

No desporto, o momento alto é sempre no alto de qualquer coisa (daí os palanques) durante a euforia. Mas se quisermos discordar, o momento alto pode ser (ter sido) cá em baixo. A falta de oxigénio tira a capacidade de pensar (e falar). O oxigénio em dose certa devolve a razão. Com um é a descontração, com o outro é a concentração que em certos momentos salva vidas. As descidas para os ciclistas podem ser perigosas, mas as retas para os automobilistas podem ser fatais.

A adrenalina que emerge nas descidas pode ser combatida com a prudência, receio ou medo se quiserem. Mas durante o cansaço e à falta de café, a adrenalina devidamente provocada, faz milagres.

PS: há (vaidosos) ciclistas em que a bota condiz com a perdigota (parte da luva que limpa os cantos à boca). O pedal condiz com o dedal (tampas da fita). A manete condiz com o capacete e com o livrete (pois, já não se usa). A gola da camisola condiz com a virola (do calção), etc. Mas se tudo isto no ciclista condiz, quem é que conduz (no regresso a casa)?

Aqui chegados, só nos resta então um diálogo impensável (entenda-se, sem capacidade para):

publicado por Ubicikrista às 08:12

11 de Julho de 2011

Maria: arranja-me meia dúzia de marmelos!

Passado meia hora, retoma: onde estão os marmelos?

Manel: larguei-os atrás da árvore.

Antes: Porque é que não vais? Fulano vai? Sim! Então também vou.

Depois: De baixo para cima, de carro, a coisa intimida sobretudo os caloiros que perto da hora da partida avisam: Nem me chego a descer do carro. Perante a ameaça, o experiente patriarca de familiares ciclistas e amigos (a outra é ser bombeiro) aponta como alternativa um percurso que se viria a revelar muito pedorreiro (porreiro e ritmo de andar a pé) em que a ceia seria antes do jantar, composto por cabeça do velho marinado em manteigas de viveiro antes de ser servido não na torre mas na encosta. Foi também o que pensou, horas mais tarde, o bacalhau: Essa é broa. Mas para subir a serra é preciso além da rotação, dar-lhe gás, diz-se. Foi o que fizeram, levando a coisa (o aviso) a peito, os que não utilizaram as bifanas como combustível.

Finalmente: 8 horas para desfazer 120 km (15 de média) é um valor que supera o rolar dos randonneurs (13,5 km/h real, porque a andar, sem contar com as paragens é de 25) mas não é em alta montanha como aqui. Varias vezes superados também pelas lagartixas nas bermas, assim como o acumulado a descer superou em 5 metros os 2775 a subir.

Momento culminante (a 3 km de culminar): Na última bica granítica antes do topo, paragem para encher o bidão, espirrar – santinha! –, devido ao frio, e buscar concentração enquanto se recuperam forças psicológicas para chegar ao topo do país. De repente pára um mini-bus de onde saltam várias pessoas que de imediato rodeiam os ciclistas, seguindo uma voz que lhe dá explicações sobre a importância do fontanário e do nome de algumas plantas raras que o circundam. Ao sentir-se incomodado no seu descanso, mais que não fosse no seu silêncio, um dos atingidos exclama em surdina: Só me apetece destapar um daqueles de raça alentejana. Receando um ato tão ousado o outro pega na bicicleta e raspa-se, encontrando aí a motivação que lhe faltava para chegar lá acima. Nem andou 20 metros quando ouviu a voz do mentor do grupo: Isto é vergonhoso, enquanto embaraçado pela ousadia do colega, pedalava dali o mais vigorosamente possível que a combinação 39x27 permitia. Seria um terceiro elemento já durante o rescaldo que reporia a verdade, ao clarificar que a frase emanada das entranhas do orador se referia, afinal, á utilização da parte traseira da fonte como despejo indevido de higiene pessoal, por alguns visitantes, contaminando eventualmente a água que por ali desemboca.

publicado por Ubicikrista às 01:50

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